Começo pela ironia de comemorarmos esta data tão especial sem podermos viajar livremente enquanto um vírus, esse sim, dá a volta ao mundo! É uma sensação tão incontornável quanto desesperante, por não conseguirmos fazer o que melhor sabemos, sem fronteiras fechadas, nem máscaras. Fazem-nos falta os abraços em Cabo Verde, a neve em Verbier, os cheiros de Marrocos, a tranquilidade do Tibete, o mar das Maldivas… Faz-nos falta o mundo! Mas nesta junção temporal marcada por 313 edições, o passado enche-nos o peito de orgulho pela referência que a VM se tornou para os portugueses, o presente fortalece-nos e obriga a que reinventemos todos os dias a forma de viajar, o futuro só pode ser nosso. Passo a explicar… Quando o mundo parou devido à covid-19, o mais fácil teria sido parar a produção da Volta ao Mundo e só voltar a editá-la com a dita nova normalidade. “Nem pensar. Vamos dar a volta!”, foi o que mais se disse entre nós. Temos um portfólio riquíssimo, colaboradores com histórias incríveis por contar, leitores de uma fidelidade imensa e uma espécie de revolta dentro de nós que nos fez transcender e, permitam-me que sou suspeito, publicar edições incríveis mesmo perante um dos piores anos de que há memória para o setor das viagens. Não abdicámos de estar sempre perto dos nossos leitores. Em pleno confinamento, mostrámos como se pode viajar com as palavras certas e fizemos viagens impossíveis; depois lançámos o nosso best of e uma edição «histórica» com Portugal pela primeira vez na capa; fomos a praias de sonho e às cem ilhas e ilhéus no nosso país, naquela que foi a nossa primeira edição sustentável; e no mês passado voltámos a viajar. Foi isto que nos trouxe a pandemia: um reinventar constante e a prova efetiva da nossa paixão desmesurada pelo mundo das viagens.
Não tenho dúvidas que 2021 será “o” ano das viagens! Acredito que o cenário tenderá a melhorar a partir da primavera, que chegará uma vacina eficaz e que teremos melhores condições económicas. E tenho a certeza que será um ano em que a VM pode e deve continuar a marcar a diferença, no papel e no digital, com aquilo que sabe fazer melhor: contar histórias únicas, mostrar lugares antes de todos os outros e continuar a merecer a confiança dos portugueses quando procuram saber mais sobre um destino para onde querem ir.
Desafio-o a embarcar connosco nesta viagem otimista. Vamos apontar já para 2021. Começamos por ir a Singapura pelas palavras de José Luís Peixoto, a dez incríveis santuários da Natureza, passamos 48 horas pelo sul de França e destacamos os 26 lugares que marcam a História da Humanidade. E sim, vamos continuar a viajar porque, efetivamente, é por si que nós demos, damos e daremos a Volta ao Mundo.