Embaixador Pablo Garrido Araúz destaca a diversidade da flora e da fauna nesta parte do país a que só se chega com autorização especial.
Por Leonídio Paulo Ferreira
Mala diplomática publicada na edição de maio de 2020 da revista Volta ao Mundo, número 307.
A ilha de Coiba, a maior de um arquipélago de 32 ilhas com o mesmo nome, é Património da Humanidade desde 2005, reconhecimento pela forma como a natureza ali tem sido preservada. Aberta aos turistas, mas com a visita a exigir uma autorização, a ilha é desde há muitos anos um destino de eleição para o novo embaixador do Panamá em Portugal, Pablo Garrido Araúz, que apresentou credenciais em janeiro. “Quando estou com amigos estrangeiros sei que já ouviram falar ou até já conhecem Boca Del Toro e San Blas, na nossa costa nas Caraíbas, então surpreendo-nos com uma ida a Coiba, uma experiência única”, diz o diplomata, cuja carreira inclui postos em Atenas, Bruxelas e Rabat.
«Não há habitantes permanentes desde que os índios coigue foram exterminados no século XVI, depois da chegada dos espanhóis. E a prisão que ali existiu foi desmantelada em 2004. Assim, Coiba é a casa de 1450 espécies de plantas, de 147 espécies de aves, de 39 espécies de répteis e anfíbios e de 36 espécies de mamíferos. E o mar é rico em peixe, crustáceos e moluscos, sendo de destacar o recife de coral de 135 hectares, o segundo maior do Pacífico Tropical Americano», explica o embaixador, que nasceu em 1964 na Cidade do Panamá e é médico de formação. “Também se podem avistar baleias’ acrescenta.
Para chegar a este paraíso um barco demora entre duas e quatro horas, depende se o oceano Pacífico faz ou não justiça ao nome que lhe deu o navegador português Fernão de Magalhães. Há quem passe lá o dia, quem pernoite mesmo, mas não existe uma capacidade hoteleira tradicional, pois um turismo de massas não é ali compatível com a condição de parque natural, um dos mais belos da América Central.
“Pode-se nadar, fazer mergulho, pesca desportiva, caminhar pelos trilhos de floresta, ver a desova das tartarugas ou ver as baleias passar”, sublinha Pablo Garrido Araúz. O embaixador representa um país que é célebre pelo canal que liga o Atlântico ao Pacífico, e que tem uma identidade muito própria, como o próprio explica: “pela história pertencemos à América do Sul, pela geografia à América Central e pela cultura às Caraíbas”.
Coiba, “natureza panamiana do mais belo que há”, como diz o embaixador, faz parte de um conjunto transnacional de cinco parques naturais do Pacífico, que integra ainda a ilha de Coco (Costa Rica), as ilhas Malpeo e Gorgona (Colômbia) e as Galápagos (Equador).
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