A Herdade da Contenda venceu o Prémio Nacional de Paisagem 2020. O anúncio foi feito esta segunda-feira pela Câmara de Moura, distrito alentejano de Beja.
A Contenda, foi a escolhida entre 25 candidaturas colocadas à apreciação do júri por entidades de todo o país e vai, por isso, representar Portugal no Prémio da Paisagem do Conselho da Europa.
“Numa altura em que estamos a afirmar o concelho de Moura como destino diversificado, o prémio é um impulso enormíssimo para que a Herdade da Contenda tenha uma visibilidade maior não só a nível nacional, mas também internacional. É um reconhecimento importante, entre 25 candidaturas excelentes, para um projeto único e diferenciador”, assinalou o presidente da Câmara de Moura, Álvaro Azedo.
O prémio vai ser entregue durante a 3.ª Conferência da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem.
A Herdade da Contenda é um “projeto de referência para uma gestão sustentável do uso do solo”, refere uma nota do município de Moura, “inspirador da importância da paisagem enquanto recurso e demonstrador de como a interação humana com os sistemas naturais a pode construir, destruir e reconstruir.”
Segundo Pedro Rocha, administrador executivo da empresa municipal Herdade da Contenda e responsável pela candidatura, o projeto diferencia-se por ser “provavelmente a maior área na posse de um município”, uma vez que pertence ao concelho desde 1893.
“É também a história de recuperação de uma paisagem pelos serviços florestais, que se multiplica em histórias distintas dos povos e das gentes que garantiram que aquele era território português. É uma área de fronteira com características muito específicas, que apanha o fim da Serra Morena [de Espanha] na sua parte ocidental e tem estas características de ter uma paisagem muito diferenciada”, explicou Pedro Rocha.
Criado em 2012, o Prémio Nacional de Paisagem é uma iniciativa da Direção-Geral do Território, que pretende distinguir quem contribui, em Portugal, “para um desenvolvimento territorial mais sustentável e promove a sensibilização para a importância da paisagem na qualidade de vida.”
Este ano foram registadas 25 candidaturas, 17 da iniciativa de câmaras municipais, três provenientes de associações de municípios, quatro de associações sem fins lucrativos e uma da Região Autónoma dos Açores.
A apreciação das candidaturas foi feita por um júri composto por 14 entidades, incluindo as Regiões Autónomas da Madeira e Açores e “presidido por um perito nacional de reconhecido mérito na área da paisagem.”