Chernobyl é uma região fantasma há 34 anos (Foto: AFP/Genya Savilov)

O Governo da Ucrânia pretende que Chernobyl, tristemente célebre pela explosão de um reator nuclear, em 1986, seja Património Mundial da UNESCO.

O ministro da Cultura ucraniano, Oleksandr Tkachenko, referiu à agência AFP que o recente afluxo de turistas nacionais e estrangeiros a Chernobyl é a prova da importância da agora cidade fantasma, “não apenas para os ucranianos, mas para toda a Humanidade”.

Um número recorde de 124 mil turistas visitou Chernobyl em 2019, incluindo 100 mil estrangeiros, sobretudo impulsionados pela popular série de televisão “Chernobyl”, transmitida no mesmo ano.

Tkachenko disse que a elevação a Património Mundial poderia promover a zona de exclusão como “um lugar de memória” que alertaria contra a repetição de um desastre nuclear. Com o local agora seguro por cem anos, o governante espera que a classificação da UNESCO aumente o número de visitantes para um milhão por ano.

“A área pode e deve ser aberta aos visitantes, mas deve ser mais do que apenas um destino de aventura para exploradores”, disse o ministro ucraniano à AFP.

O governante lembrou que o esforço para garantir a classificação da UNESCO foi uma nova prioridade depois dos trabalhos de recuperação de uma cúpula protetora gigante sobre o quarto reator, concluídos em 2016.

O Governo deve propor objetos específicos na zona como património antes de março de 2021. Uma decisão final pode chegar até 2023.

As autoridades esperam que o reconhecimento da agência cultural da ONU impulsione o local como uma atração turística e, por sua vez, reforce os esforços para preservar os edifícios antigos nas proximidades.

A antiga central nuclear de Chernobyl fica nas imediações de de Pripyat, vazia no tempo desde aquele que ficou na História como o pior acidente nuclear do Mundo.
A explosão do quarto reator da usina nuclear em abril de 1986 deixou partes da Ucrânia e da vizinha Bielorrússia seriamente contaminadas e levou à criação de uma zona de exclusão quase do tamanho de Luxemburgo.

As autoridades de Kiev dizem que pode não ser seguro para humanos viver na zona de exclusão nos próximos 24 mil anos. Enquanto isso, a zona tornou-se um paraíso para a vida selvagem, com alces e veados vagueando pelas florestas próximas.

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