Quebras rondaram os 70% (Foto: Pixabay)

O alojamento local teve quebras de faturação de cerca de 70% em Portugal este ano, devido à pandemia de covid-19, indicou a associação que representa o setor.

As cidades foram as que mais sofreram com a falta de turistas. “Tivemos quebras na ordem média de 60 a 70 e poucos por cento este ano, mas com diferenças regionais importantes, ou seja, o Algarve teve um pouco menos”, salientou o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP).

De acordo com Eduardo Miranda, o setor ainda se encontra numa situação “bastante complicada”, prevendo que esta se prolongue por “uns bons meses”.

“As zonas de cidade continuam a não ter nenhuma recuperação. As cidades, os centros urbanos, tiveram quebras de 80% a 90% e em quase todos os destinos se agravou a partir de outubro, ou seja, as próprias zonas de praia já têm uma quebra a acrescentar a esta crise”, indicou.

Recordando as quebras na procura devido ao turismo internacional, o presidente da ALEP explicou que os operadores não foram obrigados a “fechar administrativamente”, mas sim por falta de clientes.

“O próprio turismo nacional – que já representa 30% – foi talvez um pequeno balão de oxigénio nos meses de agosto e setembro, mas também caiu”, realçou Eduardo Miranda, relembrando que “houve restrições grandes durante esse período”.

O presidente da ALEP avançou que houve casos de empresários que migraram para o setor do arrendamento e outros que deixaram os negócios.

“Tivemos uma boa parte que migrou para o arrendamento, não é uma parte significativa e é importante que não seja, porque a nossa principal missão é manter a maior parte das operadoras no turismo. O alojamento local representa 40% das dormidas turísticas nacionais e nos centros urbanos representa 50% ou mais”, disse.

Eduardo Miranda afirmou que a retoma vai ser muito gradual e essa luz não virá no Natal e no Ano Novo. “No início da pandemia havia um excesso de otimismo ingénuo de que as coisas a partir do verão iam começar a melhorar. O que se registou é que, sim, houve o tal balão de oxigénio, mas só foi durante algumas semanas – três/quatro semanas -, entre meados de agosto e início de setembro, que foi importante especialmente para zonas de praia e no interior, não teve impacto nas cidades”, lembrou.

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