Numa cidade de Nova Iorque (Estados Unidos da América) onde as festividades de Natal foram canceladas, as luzes da árvore gigante do Rockefeller Center são cronometradas e as deslocações desaconselhadas, o bairro de Dyker Heights, no Brooklyn, mantém o espírito da época em alta.
Desde o final de novembro que em Dyker Heights as casas começaram a brilhar de luz. Mesmo com limitações à circulação de pessoas para tentar travar a pandemia de covid-19, continuam as excursões de autocarro a este bairro do sudoeste do Brooklyn, que exibe orgulhosamente a sua herança ítalo-americana.
“É um espírito tão festivo num momento em que as coisas são incertas e assustadoras para muitas pessoas”, disse à agência AFP Eric Steiner, 47 anos que viajou de Manhattan com seu marido para ver as telas pela primeira vez.
A tradição começou em meados da década de 1980, iniciada por Lucy Spata em homenagem à memória de sua mãe. Na casa de Lucy há anjos, pais Natal e um trono de ouro onde os curiosos podem tirar fotografias.
“Muitas pessoas estão a ficar deprimidas. Isto traz um pouco de riso e felicidade”, considera o guia turístico Robert Perez.
Para Perez, este ano é diferente pois a maioria das pessoas que visitam Dyker Heights são locais. “Antes vinham visitantes de toda a Europa, sobretudo de Itália”, recorda.
As festividades congestionam o trânsito e impossibilitam o estacionamento, mas as luzes são uma bênção para o comércio local. Robert Cicero, da John’s Deli, serve xícara após xícara de chocolate quente. E desabafa: “As pessoas vêm cá porque querem estar ao ar livre.”.
“Todos adoram o Rockefeller Center”, continuou Cicero, referindo-se à famosa árvore de Natal de Nova Iorque. Mas, para ele, as este ano visualizações cronometradas de cinco minutos naquela atração tornam lugares como Dyker Heights mais atrativos.