A pequena aldeia de Wadi-al Murr, em Omã, foi engolida pelas areias do deserto e tornou-se uma das mais curiosas e inesperadas atrações turísticas daquele país do Médio Oriente.
“Todas as casas foram invadidas pela areia, obrigando os moradores a abandonarem as suas casas”, explica Salem al-Arimi, um dos habitantes locais obrigados a sair de Wadi al-Murr. Esboços de edifícios e paredes de pedra são agora visíveis e atraem a atenção de milhares de curiosos.
Uma mesquita que fica dentro da aldeia, que no seu apogeu tinha cerca de 30 casas e 150 habitantes, foi um dos edifícios que ressurgiu.
Mohammed al-Ghanbousi, um ex-morador, disse à agência AFP que as dunas em movimento expuseram novamente algumas habitações cobertas pela areia. O fenómeno levou “nostálgicos a visitar Wadi al-Murr, cujas estruturas ainda estão de pé porque são feitas de pedra.”
Localizada no fundo de um vale a quase 400 quilómetros a sudoeste da capital Muscat, Wadi al-Murr está isolada das estradas principais. O acesso é feito através de um trilho longo e acidentado.
Mas isso não impede que os antigos residentes regressem para visitar a aldeia desaparecida, juntamente com os entusiastas do trekking que fazem caminhadas no deserto da região.
Rashed al-Ameri está entre os turistas que quiseram descobrir o povoado engolido pelo deserto. Viajou de Sur, a centenas de quilómetros de distância, com dois amigos também ansiosos para ver Wadi al-Murr.
“O que é surpreendente é perceber como a força da natureza pode apagar uma aldeia inteira. E o que é mais surpreendente ainda é como este lugar, com as suas velhas paredes, resiste a esses ataques”, desabafa.
Omã, que tenta diversificar a economia dependente do petróleo, procura desenvolver a indústria de turismo, capitalizando o rico património, a orla costeira e a impressionante geografia montanhosa.
O sultanato atraiu três milhões de turistas estrangeiros em 2019, mas a pandemia de covid-19 reduziu os visitantes ao mínimo em 2020.