O Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), começa a respirar depois de longos meses de restrições devido à pandemia de covid-19.
Exemplo disso é a companhia aérea Emirates, que opera a três quartos dos níveis pré-pandémicos, nomeadamente com o superavião A380, o maior aparelho comercial do Mundo, que traz turistas da Grã-Bretanha e da Rússia.
Com um teste negativo nos seus países de origem – e em alguns casos outro na chegada, dependendo do local de partida – os turistas podem entrar livremente no Dubai, onde as temperaturas no inverno são rondam os 25 graus.
No bairro histórico de Al Fahidi, turistas usando máscaras caminham livremente pelas ruas. Há desinfetantes para as mãos e adesivos no chão alertando as pessoas para manterem distância de segurança, enquanto a maioria dos restaurantes substituiu seus menus por códigos de barras QR digitais, que podem ser exibidos em telemóveis.
“Antes do coronavírus, os grupos de turismo chegavam a 100 ou 250 visitantes com cada guia turístico, mas agora as coisas são diferentes, apenas 20 visitantes no máximo para cada guia turístico”, explica o diretor do distrito, Nasser Juma bin Sulaiman.
O emirado vizinho de Abu Dhabi, que com grandes reservas de petróleo é menos dependente do turismo, adotou uma abordagem muito mais conservadora, geralmente exigindo quarentena na chegada.
Os casos diários de covid nos EAU, país com cerca de dez milhões de habitantes, rondam os 3.000. Desde o início da pandemia, foram registadas 745 mortes.
“Existem riscos significativos se o Dubai permanecer tão aberto”, disse à agência AFP Scott Livermore, economista-chefe da Oxford Economics Middle East.
“O Dubai parece posicionar-se como o destino de escolha para aqueles que querem escapar das condições de confinamento e fazer uma pausa no inverno, especialmente porque as estações de esqui na Europa estão praticamente fechadas”, adiantou Livermore.
As autoridades locais estão a organizar uma grande campanha de vacinação, que já viu 14% da população ser inoculada. “Viagens e turismo são muito importantes para o Dubai. É essencial que a cidade permaneça aberta e conectada, mas mantendo a covid-19 sob controlo”, considera o responsável de Oxford.
O turismo tem sido um dos pilares económicos do Dubai, que recebeu mais de 16 milhões de visitantes em 2019. Antes da pandemia, a meta era chegar a 20 milhões até 2020. A economia – a mais diversificada do Golfo – foi dizimada pela crise.