O Governo italiano anunciou que os grandes navios de cruzeiro serão proibidos no centro de Veneza a partir de 1 de agosto.
A medida visa preservar a zona histórica da cidade, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Uma nova lei declara como “monumento nacional” e espaço protegido o canal que passa junto à famosa Praça de São Marcos e da ilha de Giudecca, por onde navegavam as grandes embarcações.
A decisão vai de encontro ao que já tinha sido avançado no passado mês de março, mas que não passara então de um mero processo de intenções.
O ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, explicou que esta medida “era inadiável” e que tinha de ser assumida antes da próxima sessão do Comité do Património da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que irá estudar o estado de conservação de Veneza, conhecida como a “cidade dos canais”.
Em 2012, a agência da ONU já tinha pedido ao Governo italiano para procurar alternativas ao tráfego marítimo na área da lagoa de Veneza.
Com efeito, o fim da passagem de grandes navios foi uma das condições posteriormente impostas para evitar a retirada da lista de cidades consideradas como Património Mundial da Humanidade, classificação que obteve em 1987.
Em junho passado, a UNESCO indicou que a cidade italiana podia juntar-se à lista de patrimónios em risco devido às ameaças que ainda enfrentava. Uma dessas ameaças era o facto de ainda haver muitos navios de cruzeiro a atracar no centro da cidade.
A proibição dos navios de cruzeiro em Veneza é causa de ativistas desde há várias décadas, devido ao intenso tráfego de grandes embarcações turísticas registado naquela zona e às respetivas consequências ao nível da segurança e do ambiente.