O Svart é o primeiro hotel do Mundo a produzir mais energia do aquela que consome (Foto: Snøhetta-Plompmozes)

Um ambicioso projeto hoteleiro, no sopé de um glaciar norueguês, será o primeiro hotel do Mundo a produzir mais energia do que aquela que consome.

O objetivo é atingir a neutralidade carbónica e o desperdício zero nos primeiros cinco anos.

As primeiras imagens do Svart, para já apenas uma projeção do que será o hotel, mostram uma estrutura circular algo futurista, com fachada em vidro, instalada na base do glaciar Svartisen, o segundo maior da Noruega.

O projeto da imobiliária norueguesa Miris foi inspirado nas tradicionais casas rorbu e nas palafitas sobre as quais eram elevadas, pelo que a estrutura pré-fabricada irá apoiar-se em estacas de madeira sobre a água do fiorde Holandsfjorden, com vista de 360 graus para a paisagem imaculada do Círculo Polar Ártico.

Construir um hotel numa localização tão privilegiada como esta traz responsabilidades acrescidas quanto ao impacto ambiental e essa é uma preocupação central no plano.

Quando abrir portas, no final de 2022, o Svart será o primeiro hotel no Mundo a produzir mais energia do que a que gasta, graças aos painéis solares que revestem o telhado – são produzidos na Noruega com recurso a energia hídrica, o que contribui ainda mais para a redução das emissões de CO2 – e que absorvem a abundante radiação solar dos longos dias de verão do Ártico.

Foto: Snøhetta-Plompmozes

Num prazo de cinco anos, o objetivo é ser uma operação neutra em carbono e com produção zero de resíduos.

Uma peça importante para atingir esta meta é o envolvimento dos hóspedes, que contribuem com o seu próprio movimento para a produção de calor que vai aquecer os vários espaços do edifício.

Mais do que um hotel ecológico, o Svart quer ser também um exemplo para futuros projetos: vai albergar uma incubadora de novas tecnologias e ideias aplicadas à construção sustentável e um espaço de consciencialização, aberto à comunidade local tal como aos hóspedes.

A abordagem holística do hotel, que quer funcionar como um organismo vivo, inclui uma forte vertente educacional, envolvendo os visitantes nas atividades da cozinha e da horta, como forma de educar para a conservação e proteção dos glaciares, a mudança climática, a gestão de desperdício e a preservação da Natureza em geral, mostrando de forma interativa e prática como podem adotar um estilo de vida mais sustentável.

Além de um centro educacional e de um laboratório de design, o hotel terá também um spa interno e externo, quatro restaurantes com um conceito “farm to table” e um leque de atividades na Natureza – escalada no gelo, foraging, sessões de ioga ao sol da meia-noite, pesca, observação da vida selvagem – que fazem mergulhar no maravilhoso cenário glaciar.

 

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