As perspetivas de recuperação da Grande Barreira de Coral, na Austrália, continuam muito fracas.
O cenário foi traçado por cientistas australianos, quando faltam poucos dias para a UNESCO decidir sobre o estado daquele tesouro natural património mundial.
Apesar da recuperação verificada no ano passado, a UNESCO recomendou que o maior sistema de recifes do Mundo fosse colocado na lista de espécies ameaçadas por causa dos danos aos corais causados em grande parte pela mudança climática.
O Instituto Australiano de Ciência Marinha (AIMS) afirmou que os corais estão atualmente numa “janela de recuperação” depois de uma década de stresse térmico e ciclones.
Os cientistas pesquisaram 127 locais de recife em 2021 e descobriram que a cobertura de corais duros aumentou em 69 dos 81 locais pesquisados nos últimos dois anos.
Britta Schaffelke, diretora do programa de pesquisa da AIMS, disse à agência AFP que as últimas descobertas fornecem “um vislumbre de esperança” de que o recife “ainda tenha resiliência.”
Contudo, acrescentou que “as perspetivas para o futuro ainda são muito más devido aos perigos da mudança climática e outros fatores que afetam os organismos que compõem o recife.”
A Grande Barreira de Coral Australiana estende-se por 2.000 quilómetros de costa e é formada por cerca de 3.000 recifes, 300 atóis e 600 pequenas ilhas.
Acolhe numerosas espécies animais, muitas deles em risco de extinção, nomeadamente 30 tipos diferentes de baleias e golfinhos, além de tartarugas.