Andreas Solaro / AFP

Veneza vai ser a primeira cidade do Mundo com entrada paga e sujeita a reserva, a partir do verão de 2022. Mas não se assustem: é barato.

A visita à cidade lacustre custará entre três a dez euros, um valor que variará conforme a lotação esperada. E que está a levantar muitas críticas entre os locais, apesar de estes estarem isento de pagamento (mas não da reserva).

A cobrança tem gerado polémica, com muitos a consideram tratar-se de “uma medida inconstitucional e contrária à legislação europeia”, como o conselheiro Marco Gasparinetti, para quem algo assim “poderia ser feito para uma área limitada, como a Praça de São Marcos, mas não numa cidade inteira, e supõe a consagração” de Veneza como parque temático.

A ideia é limitar os fluxos de turistas numa das cidades mais visitadas do Mundo e que já determinou o fim da entrada de navios cruzeiros. O início de agosto registou alguns picos diários de 80 e 85 mil visitantes, a aproximar-se dos 110 mil de antes da pandemia.

“A medida não serve para programar os fluxos, é apenas uma forma de ganhar dinheiro”, lamentou o membro do Conselho Municipal Marco Gasparinetti ao jornal “La Stampa”, promentendo a desobediência dos venezianos.

“Não temos intenção de nos deixar registar na nossa passagem pelos torniquetes”, até porque a iniciativa, disse Gasparinetti, é “inconstitucional e contrária à legislação europeia”.

“Poderia ser feito para uma área limitada, como a Praça de São Marcos, mas não para uma cidade inteira, e supõe a consagração” de Veneza como parque temático, alertou o político.

A reserva será feita através de uma aplicação ou na internet, gerando um código QR que será lido nos leitores ópticos dos torniquetes.

O sistema contará com mais de 500 câmaras de alta definição (testadas na reunião do do G20, em julho) e de cem sensores via smartphones que conectam as redes móveis de quem está na cidade.

Os testes arrancam em setembro na ilha de Tronchetto.

As autoridades venezianas têm declarado guerra ao excesso de turismo. Em julho determinaram o fim da entrada de navios de cruzeiro na cidade, para limitar danos ambientais.

Um navio a cruzar Veneza (em 2013) é uma imagem que não será mais vista (Sascha Steinbach / EPA)

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