Voluntários no Hostel SiMaBô (Sidneia Newton /LUSA)

Chama-se SiMaBô, quer dizer “Como tu”, e é um hostel onde quem dorme contribui, só por dormir, para a causa animal no Mindelo, na ilha cabo-verdiana de São Vicente.

A ideia foi da organização não-governamental (ONG) como o mesmo nome, que percebeu que podia financiar um canil e uma clínica veterinária através do turismo.

Neste momento, a SiMaBô acolhe cerca de 120 cães e 23 gatos. E conseguiu garantir-lhes a sobrevivência mesmo em tempos de pandemia.

“O hostel foi feito para hospedar turistas e assim ajudar a financiar a associação”, explica a presidente da associação, a italiana Silvia Punzo, em entrevista à agência Lusa.

Além de turistas, recebe voluntários a quem cobra uma quota de alojamento. “No início oferecíamos as dormidas e a alimentação aos que chegavam para ajudar, mas nem sempre a dedicação era a esperada e desde que colocamos uma quota de pagamento para ficarem nas nossas instalações, percebi que a motivação ficou maior. Todos os que chegam querem ajudar.”.

Os custos de funcionamento do canil e da clínica chegam aos 900 euros mensais, a maior parte garantida com as receitas das dormidas no hostel e na residência para voluntários.

Além disso, alguns turistas trazem doações para a associação que ajudam nas campanhas, no tratamento e no sustento dos animais.

As restrições impostas pela pandemia da covid-19, desde logo no turismo, representou alguma instabilidade nas finanças da organização, mas, ao fim de mais de um ano de crise, Silvia Punzo mantém a SiMaBô funcionar e não dispensou nenhum dos 18 funcionários. “Durante algum tempo não pagámos a renda do hostel porque contámos com a boa vontade do dono da casa.”

O trabalho voluntário da SiMaBô com estrangeiros não é recente. A associação foi criada em 2008 por 13 pessoas de nacionalidades diferentes, que além de cabo-verdianos reunia cidadãos de Portugal, Rússia, Itália e Costa Rica, com o intuito de proteger os animais através da castração e assim prevenir a proliferação canina e consequentes abandonos.

Desde o início das intervenções, a ONG castrou mais de 15 mil animais na ilha de São Vicente.

A presidente da SiMaBô, Sílvia Punzo (Sidneia Newton /LUSA)

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