O rio Paraná atravessa o Brasil, Paraguai e Argentina (Foto: Juan Mabromata/AFP)

Chama-se Paraná, é o segundo maior rio da América do Sul e está a preocupar especialistas, ambientalistas e a população local.

A razão é simples: desde a década de 1940 que o Paraná não registava níveis tão baixos de caudal.

A descida tem sido de tal ordem que afeta atividades tão diversas como o transporte comercial, a produção de eletricidade, a pesca, o turismo, a irrigação dos campos de agricultura ou o fornecimento de água potável.

“Não é possível navegar no Paraná desde abril. As mercadorias precisam ser transportadas por via terrestre até o rio Paraguai, o que quadruplica o custo”, descreveu à agência AFP Juan Carlos Muñoz, diretor da Associação de Proprietários de Barcos Fluviais do Paraguai.

A própria composição mineral da água do rio sofreu alterações.

Foto: Juan Mabromata/AFP

Quem conhece bem o Paraná, diz ser cedo para perceber se o cenário se deve a um simples ciclo natural ou é resultado das alterações climáticas.

“A falta de chuva contribuiu, mas o que provocou esta situação?”, interroga-se o geólogo Carlos Ramonell, da Universidade Nacional do Litoral de Santa Fé, na Argentina.

“Há quem aponte o dedo às barragens, ao desflorestamento, às mudanças no clima que se vêm verificando no Brasil, mas do ponto de vista científico é impossível ter a certeza”, sublinhou Ramonell, citado pela AFP.

O rio Paraná percorre mais de 4.000 quilómetros pelo Brasil, Paraguai e Argentina.

Está ligado uma das maiores fontes subaquáticas de água doce do Mundo, o Guarani. E funde-se com os rios Paraguai e Uruguai, formando o Rio de la Plata antes de desaguar no Oceano Atlântico.

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