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O paraíso que Leonardo DiCaprio tornou famoso ganha vida nova

Turismo destruiu a biodiversidade das Phi Phi, mas a situação está a mudar lentamente (Foto: Lillian Suwanrumpha/AFP)

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“A Praia”, filme de 2000 realizado por Danny Boyle e protagonizado por Leonardo DiCaprio, transformou o melhor das ilhas Phi Phi, na Tailândia, no seu pior. Mas as coisas estão a mudar.

Depois do sucesso do filme, o turismo assentou armas nas Phi Phi e ameaçou aquele paraíso natural. A pandemia alterou tudo e as autoridades tailandesas aproveitaram o encerramento do acesso às praias locais para começar um modelo novo e mais sustentável.

O biólogo marinho Kullawit Limchularat, por exemplo, iniciou um projeto de repovoamento dos recifes após anos de danos causados pelo número descontrolado de visitantes, uma crise obrigou ao encerramento da Baía de Maya em 2018.

Tubarões, tartarugas e outras espécies têm sido também salvas de uma morte lenta que parecia inevitável.

“O objetivo é que, uma vez adultos, fiquem e se reproduzam aqui para ajudar a repovoar a espécie”, explicou Limchularat à agência AFP.

Foto: Lillian Suwanrumpha/AFP

Antes da pandemia, o Parque Nacional Marinho de Phi Phi, atraía mais de dois milhões de visitantes por ano. Seis mil pessoas por dia numa estreia praia de 250 metros, em média.

A juntar às multidões imensas, os barcos a motor barulhentos e poluentes também contribuíram para um grande impacto na delicada ecologia da área.

“A cobertura de corais diminuiu mais de 60 por cento em pouco mais de 10 anos”, revelou Thon Thamrongnawasawat, da Universidade Kasetsart em Bangucoque.

Com a pandemia, o número de visitantes diminuiu para praticamente zero. E a vida animal e marinha regressou em força.

Mas a recuperação será lenta: “Pelo menos duas décadas serão necessárias para restaurar o recife de coral”, alertou Thamrongnawasawat.

A baía de Maya deve reabrir a 1 de janeiro. No entanto, as precauções serão muitas e os cuidados com a ecologia serão prioritários. Os barcos não poderão voltar atracar perto da praia e, em vez disso, deixarão os turistas num cais longe da enseada.

Os passeios serão limitados a uma hora, com um máximo de 300 pessoas por passeio. E com multas pesadas para quem não cumprir as regras.

A bem do futuro das Phi Phi.