É oficial: a partir do dia 1 de fevereiro a Tailândia deixa de exigir quarentena aos turistas. E quem escolher as ilhas Phi Phi como destino vai descobrir como se reinventaram.
Suspensa pela evolução da variante ómicron, a entrada livre de quarentena regressa agora para os turistas com esquema vacinal completo, mediante testagem à covid no primeiro e no quinto dias, segundo o esquema “test and go” implementado em novembro, antes da chegada da nova variante.
Terão apenas de ficar isolados no hotel enquanto aguardam os resultados dos testes e descarregar uma aplicação de localização que permita garantir que respeitam as regras, explicou o porta-voz da task-force para a covid, Taweesin Visanuyothin.
A estabilização dos internamentos e do número de mortes levou as autoridades tailandesas a rever as restrições. A prazo, os restaurantes voltarão a servir álcool até às 23 horas.
Com este relaxamento, a Tailândia espera receber este ano cerca de cinco milhões de visitantes, um número ainda assim muito abaixo dos 40 milhões de 2019.
A convalescença forçada das Phi Phi
A Tailândia era mesmo um país a fundar-se no turismo de massa, no que às ilhas dizia respeito. E a catástrofe ecológica não estava longe.
A pandemia foi uma espécie de descanso, que deu tempo para pensar e para elaborar um projeto de renascimento para fazer das Phi Phi o porta-estandarte do turismo sustentável.
As praias de areia branca do Parque Marinho Nacional das Phi Phi, celebrizadas no cinema por Leonardo DiCaprio em “A praia”, atraíam mais de dois milhões de visitantes por ano, à razão de seis mil pessoas por dia só na famosa Maya Bay… para uma tira de areia de 250 metros!
Transportados em barcos a motor poluentes e sem qualquer limitação de afluência, os turistas acabavam por ter um impacto enorme no frágil equilíbrio ambiental da região.
Segundo Thon Thamrongnawasawat, da Universidade Kasetsart, em Banguecoque, “ a cobertura de corais reduziu-se em 60% em pouco mais de dez anos” e levou ao encerramento da baía em 2018.
A pandemia acabaria por ser a convalescença forçada das Phi Phi, graças às rigorosas restrições ao turismo imediatamente impostas pela Tailândia.
E a Natureza regressou, devagar: tubarões-galha-preta, tubarões-bambu, tartarugas verdes, tartarugas-de-pente e “até um tubarão-baleia foi avistado ao largo”.
As evidências apontam para o aumento da reprodução dos tubarões, apreciadores de águas calmas, e a plantação de corais em Maya Bay revelou uma taxa de sobrevivência de 40%.
Ainda que as notícias sejam muito boas, o especialista avisa que serão necessárias duas décadas para restaurar a barreira de coral.
Na baía Pi Leh, os barcos que podiam render até 60 mil dólares por dia estão agora proibidos de lançar âncora junto à praia e devem largar os turistas num cais afastado.
Se violarem a regra, sujeitam a uma multa de 150 dólares, a mesma a que está habilitado um turista que alimente os peixes. E os tours estão limitados a uma hora e a um limite de 300 pessoas por dia.