A mesquita Suleymaniye foi construída entre 1550 e 1557 (Foto: Ozan Koze/AFP)

A mesquita Suleymaniye, datada do século XVI, é cartão postal de Istambul. Mas pode sair da paisagem habitual da maior cidade da Turquia.

Um autêntico estaleiro de obras rodeia o icónico monumento, prenúncio do nascimento de edifícios em altura que o ameaçam.

Nas últimas semanas, as redes sociais encheram-se de habitantes de Istambul a levantar a contra tais construções polémicas. A onda de protesto não tem cessado.

“Não faremos concessões na preservação dos valores históricos e espirituais de Istambul”, garantiu, no Twitter, o presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu.

“É um desrespeito e bastante perturbador perceber que a imprudência não acaba. Não há reconhecimento de qualquer limite”, disse por sua vez Esin Koymen, líder da Câmara de Arquitetos de Istambul, citada pela agência AFP.

A Fundação para a Expansão do Conhecimento, proprietária dos prédios polémicos e cujo presidente do Conselho de Administração é o filho do Presidente da República turco, Recep Tayip Erdogan, garantiu que “nada irá fazer que vá contra a alma de Suleymaniye.”

Foto: Ozan Kose/AFP

A mesquita Suleymaniye foi construída entre 1550 e 1557 e domina a península que também abriga o Grande Bazar. Património Mundial da UNESCO, sobreviveu a incêndios e a um terramoto, e representa a idade de ouro do Império Otomano.

Não é a primeira vez que o horizonte de Istambul é ameaçado por torres de cimento. Três enormes arranha-céus no bairro de Zeytinburnu provocaram alvoroço público, mas permanecem de pé apesar de um veredicto do tribunal e do pedido em 2013 do presidente Erdogan, então primeiro-ministro, para que os proprietários reduzissem a sua altura.

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