Estima-se que não existam mais de 100 bongos espalhados pelo Quénia (Foto: Daniel Irungu/EPA)

Chamam-se bongos, são antílopes de floresta e encontraram refúgio e vida no Monte Quénia, a segunda montanha mais alta de África.

Nos últimos dias foram soltos na natureza os primeiros bongos que um programa internacional salvou da extinção quase certa.

Um feito surpreendente dado que há quase 30 anos que os bongos haviam desaparecido do Monte Quénia. Estima-se que não existam mais de 100 espalhados por outros pontos do país, em particular em florestas equatoriais.

À medida que as populações selvagens de bongos entraram em colapso, especialistas criaram esta espécie com o objetivo de a devolver ao habitat natural e lhe garantir a sobrevivência. Um trabalho meticuloso que demorou cerca de 20 anos.

Agora, o Santuário Mawingu Mountain Bongo, perto da cidade de Nanyuki, é a casa segura destes animais.

Foto: Daniel Irungu/EPA

Com chifres espirais distintos e pele listrada, os bongos da montanha eram um troféu procurado pelos caçadores de vida selvagem durante a era colonial.

Na segunda metade do século XX, a perda de habitat, doenças introduzidas pelo gado e a caça furtiva de carne de caça dizimaram ainda mais o seu número.

O último avistamento de um bongo selvagem nas terras altas do Monte Quénia acontecera em 1994.

Uma década depois, com sua extinção iminente, uma seleção de bongos em cativeiro foi trazida de jardins zoológicos dos Estados Unidos e colocada num programa de recuperação da vida selvagem administrado pela Mount Kenya Wildlife Conservancy.

Daqui em diante, em cada seis meses cinco bongos serão libertados para diversificar o acasalamento e fortalecer os números. Os descendentes, já nascidos na natureza, poderão depois ser transferidos para outros habitats no Quénia.

A esperança é que até 2050 a população de bongos ascenda aos 750.

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