A catedral de Notre-Dame, símbolo de Paris, vai voltar a poder ser visitada em 2024, cinco anos depois de um violento incêndio que quase a destruiu, a 15 de abril de 2019.
A data coincide com a realização dos Jogos Olímpicos na capital francesa.
A revelação foi feita pelo padre Nuno Aurélio, reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima de Paris. “Dois mil e vinte e quatro mantém-se como o ano da reabertura, mas não estará tudo terminado”, explicou à Agência Lusa.
A fase de reconstrução deste monumento simbólico só começou no início de 2022, após sucessivos atrasos devido à descontaminação por chumbo, à pandemia da covid-19 e às escavações arqueológicas.
“Há partes do próprio edifício que têm agora de ser reconstruídas. Não houve grandes danos nos vitrais e os mais importantes foram salvos porque quando caiu o teto da catedral acabou por criar um efeito de chaminé e o calor dissipou-se, não os danificando”, descreveu o padre Nuno Aurélio.
O fogo começou ao final da tarde no telhado e causou a queda deste, além de outros danos significativos.
Na altura, a igreja estava a ser alvo de obras de restauro, presumindo-se que o sinistro possa estar relacionado com as mesmas.
A restauração da catedral de Paris está a cargo do Estado francês, com 1.200 toneladas de andaimes a tornarem possível a reconstrução do que se chama a ‘floresta’ de Notre-Dame, a estrutura em madeira que suporta o telhado da igreja.
Para isso, foram cortados 1.000 carvalhos, que chegaram de toda a França e cuja madeira está agora a ser seca e tratada.
Esta nova floresta deve começar a chegar aos ateliês dos carpinteiros no início de 2023 e será depois instalada.
No interior da catedral também já começaram os trabalhos de restauro, financiados pela Igreja. Entre 150 e 180 pessoas dedicam-se atualmente a este trabalho minucioso, que inclui a pintura e a escultura, podendo chegar às 400 quando a restauração se acelerar.