Foto: DR/ToursLibya

Escavadas na encosta das montanhas Nafusa, as casas subterrâneas de Gharyan são um dos monumentos históricos da Líbia. Mas não atravessam dias fáceis.

Muitas estão abandonadas e os seus moradores esperam que o turismo ajude a recuperá-las e contribua para restaurar herança antiga.

Gharyan fica a sul de Tripoli, capital líbia, e os seus habitantes têm orgulho nas suas casas peculiares. “A minha foi cavada pelo meu tataravô há 355 anos. Os quartos incrustados nas rochas já abrigaram até oito grandes famílias”, conta à agência AFP Al-Arbi Belhaj, dono de uma das propriedades mais antigas.

Além de servirem de habitação, também albergavam animais e eram locais de culto, como mesquitas. Foram ainda usadas como ponto de defesa, fortificações que resistiram ao tempo e ainda são visíveis.

Alguns dos edifícios têm mais de 2300 anos e vêm citados em obras antigas de historiadores gregos. Por lá, abundam também cemitérios fenícios.

Foto: DR/Skift

As casas eram construídas com cuidados particulares para proteger os inquilinos dos verões escaldantes em que as temperaturas facilmente ultrapassam os 45 graus e dos invernos em que gelados nevões são frequentes.

As últimas décadas, porém, não têm sido fáceis. Al-Arbi Belljah foi mesmo o último a nascer nas casas subterrâneas. A sua está agora transformada em atração turística, como muitas outras. Visitá-la custa o equivalente a pouco menos de dois euros.

As aldeias berberes da região continuam a atrair turistas domésticos e Belhaj espera que o retorno à relativa estabilidade na Líbia possa abrir as portas para mais visitantes da Europa e de outras paragens.

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