(foto: Tania Parejo / Wikimedia)

O Brasil esconde centros históricos inesperados longe das grandes urbes e uma capital afastada do mar que é bem mais do que o centro da vida política. São outros tantos paraísos para amantes e fotografia. Veja porquê.

Já ouviu falar em Diamantina e nas casas casas caiadas bordejadas a azul? Ou em Holambra e nas suas fachadas caleidoscópicas? Já ouviu certamente falar em Brasília, mas sabe que é Património Cultural da UNESCO e dona de uma arquitetura ímpar?

Diamantina, Minas Gerais

Passadiço em Diamantina (foto: Setur MG)

É o diamante do estado de Minas Gerais, passe a redundância. Fica a 300 quilómetros de Belo Horizonte e carrega este nome por ser cidade mineira erguida graças à exploração da dita pedra preciosa.

O seu centro histórico é Património Mundial da UNESCO desde 1999 e deve o título às ruas empedradas bordejadas a casas coloniais, igrejas e museus. Fora dele, Diamantina estende-se por paisagens feitas de montanhas e cascatas e tem perto o Parque Estadual do Biribiri, o Caminho dos Escravos e a Gruta do Salitre.

Holambra, São Paulo

Edifícios deixados pelos em Holambra (foto: Shutterstock)

É verdade: não muito longe da capital económica do Brasil (tomemos aqui o longe à medida das distância daquele gigantesco país), Holambra ergue-se entre flores. É mesmo a capital delas e deve isso à presença holandesa.

Sita a 120 quilómetros de São Paulo, é a maior produtora de plantas ornamentais da América Latina, numa tapeçaria tecida de fazendas de cultivo de flores. Foi criada em 1948 por imigrantes holandeses que fugiram da II Guerra Mundial e para ali trouxeram bolbos de tulipas, rebentos de roseiras e sementes de girassol.

A beleza da cidade está no facto de refletir nas suas paredes as mil cores das plantas que a envolvem, numa arquitetura única de prédios colados e coloridos ao longo de ruas floridas. E está no enorme Moinho dos Povos Unidos, à imagem dos holandeses mas maior. A completar o ramo, o Parque Van Gogh, inaugurado em 2018, é um paraíso fresco de árvores e chalés.

Brasília

Interior da Catedral de Brasília, desenhada por Oscar Niemeyer (foto: Shutterstock)

A capital construída de raiz para protegê-la de ataques do exterior e colocá-la bem ao centro de um território demasiado grande. A ideia data de 1823 e nascei na cabeça de José Bonifácio de Andrada e Silva, patrono da independência do Brasil, celebrada um ano antes. Mas só sairia do papel na segunda metade da década de 1950, durante o governo do Presidente Juscelino Kubitschek.

A construção levaria apenas três anos (1957-1960) e transformaria o inóspito Planalto Central em Brasília, uma capital que é hoje uma joia da arquitetura moderna, arrojada e artística, saída das mentes dos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. É a única cidade moderna a receber o título de Património Cultural da UNESCO.

Entre as obras de maior monta, para lá dos palácios presidenciais, está a Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Aparecida, em forma de coroa de vidro.

Recife, Pernambuco

Marco Zero no Recife (foto: Bruno Lima /MTUR)

É da marginal da capital de Pernambuco que partem todas as estradas do estado. Chama-se Praça Barão do Rio Branco mas todos a conhecem como Praça do Marco Zero, por ali ter sido instalada em 1938 uma placa redonda oferecida pelo Automóvel Clube de Pernambuco para simbolizar o centro geográfico de onde partem as medições para todos os caminhos.

Plantada no centro histórico, conhecido como “Recife Antigo”, é o ponto de partida para a descoberta de uma cidade que oferece um contraste de épocas na arquitetura, com legados coloniais deixados por portugueses e holandeses.

Manaus, Amazonas

Teatro Amazonas (foto: Shutterstock)

É o miradouro perfeito para se assistir a um espetáculo único: a Amazónia.

Manaus, plantada no coração da Floresta Amazónica, tem uma torre de observação de 42 metros com vista para o infinito teimosamente verde do pulmão do Planeta. A estrutura pertence ao MUSA, o Museu da Amazónia, que inclui percursos guiados pela floresta.

Mas Manaus é também arquitetura, cujo maior expoente é o Teatro Amazonas, no Largo de São Sebastião. E é milagre, como só o “Encontros das Águas”, um fenómeno que resulta do encontro do Rio Negro, de tom escuro, com o Rio Solimões, nome dado a um trecho do Amazonas, de tom castanho e lamacento.

Encontro das Águas, Manaus (foto Portal da Copa / wikimedia)

Partilhar