(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

(Louai Beshara / AFP)

Era procurado por hordas de turistas antes de 2011. Agora, o castelo al-Marqab, na Síria, é praticamente a fortaleza de um homem só, que até promete deixar entrar os curiosos de graça.

Marqab, ou Margat, significa torre de vigia. Mas é um castelo que se ergue sobre a mais alta colina da província de Tartus, perto da cidade de Baniyas, na costa Mediterrânica da Síria.

Foi fortificado pelos muçulmanos em 1062, mas acabou por ser uma praça forte da Ordem de Malta no tempo das Cruzadas.

Hoje, o cavaleiro que vela pela pesada porta do castelo é Younes Dayoub. Aquelas paredes de pedra são dele há 15 anos, o único zelador do monumento que escapou praticamente intocado de uma guerra que ainda mexe.

Praticamente, porque uma ferida de guerra ele ostenta: a falta de visitantes. Os turistas estrangeiros são ainda escassos na Síria, os locais, esses, vivem à míngua num espiral de crise que os atirou quase todos para o limiar da pobreza.

Todas as manhãs, Younes, 49 anos, puxa da enorme chave de metal para destrancar os portões de madeira do seu palácio. Para nada. Passa a maioria das horas sentado na bilheteira a que quase ninguém acorre, sentado sob um retrato do presidente Bashar al-Assad.

“As portas do castelo continuam abertas, mas passam dias e semanas sem eu dar um único bilhete”, conta à AFP. E é assim desde 2011.

O vigilante preenche o tempo a beber chá, ou não estivesse ele no Médio oriente, e a apreciar uma vista que conhece de cor e que costumava ser um chamariz para turistas.

Tem fotografias desse tempo, de um castelo cheio de vida. “Sinto-me sozinho aqui e não tenho amigos para além destas altas e silenciosas paredes.”

Com quase mil anos de história, o monumento é considerado um dos mais belos exemplos da arquitetura militar do período das Cruzadas. Mas está, como outras maravilhas históricas da nação, a ganhar apenas pó.

“Prometi a mim mesmo que deixaria os visitantes entrar de graça quando os números voltarem ao que foram. Espero que esse dia chegue brevemente…”, diz Younes.

Partilhar