(Foto: Pedro Granadeiro / Global Imagens)

Juntar vinho, gastronomia e música e atrair turistas que entram pelo Porto e não saem dele é o objetivo declarado do estreante Douro & Porto Wine Festival. Acontece este fim de semana no Porto Fluvial de Lamego.

O presidente do Tursimo Porto e Norte (TPN), Luís Pedro Martins, é quem resume ao que vem o Douro & Porto Wine Festival, que decorre nos dias 17 e 18 nas margens do rio Douro, em Lamego: “O Porto é porta de entrada da região, como aeroporto e Leixões. É nosso interesse pegar nos 75% de turistas que por aqui entram mas que daqui não saem. E arranjar-lhes motivos para que o façam”.

As paisagens esmagadoras do Douro Vinhateiro, a variedade de produtos regionais que não se esgotam no vinho e a diversidade da região foram os motivos encontrados para esta ideia, o Douro & Porto Wine Festival, apresentado esta segunda-feira no Porto e que junta à All Over The Future, promotora do evento, o TPN, a Câmara Municipal de Lamego e o Instituto dos Vinho do Douro e Porto (IVDP).

O recinto montado no Porto Fluvial oferece seis hectares com dois palcos, um de música para artistas nacionais e internacionais e um de cooking com chefes de renome nacional e peritos em vinhos a explicar a gastronomia da região, a guiar provas comentadas e a contar harmonizações, e duas zonas com “casinhas” para as dezenas de produtores regionais exporem os seus néctares.

Um espaço “Privilege” ocupará a zona fronteira ao palco, com acesso a ele e a bares exclusivos, bem como a experiências diferentes.

No cartaz, nomes como Gipsy Kings, The Stranglers, Fafá de Belém, Pedro Abrunhosa, Tiago Bettencourt juntam-se às músicas do filme Variações, aos Sons do Douro e a Irma, entre outros. Do lado da gastronomia, assinale-se a presença do borrego e do tomate coração de boi, ou do lúcio e outras iguarias de rio, e de chefes como António Loureiro, Marlene Vieira ou Tiago Bonito.

É assumida como a edição zero, aquela que vai testar um modelo que se quer de sucesso.

E Gilberto Igrejas, do IVDP, acredita nele, no sucesso. Quanto mais não seja pelo que representa a região demarcada do Douro: é a mais antiga do Mundo e é “responsável por 70% das denominações de origens protegidas que são exportadas de Portugal para todo o globo”.

Associar o Douro à marca Porto, uma das que mais cresceu internacionalmente, é uma forma assumida de potencializar a região e os seus 21 concelhos, mais os dois que a divulgam: Vila Nova de Gaia e o Porto, entre um público crescente, o enoturista. Mas “deslocalizando da área metropolitana”, diz Luís Pedro Martins, que promete “um festival único com um conceito em que o rei é o vinho”.

“Quando olhámos para territórios concorrentes do Douro em enoturismo, havia algo que eles de facto faziam melhor do que nós, que é festa. Festa. Nós tínhamos o resto, a qualidade os vinhos, as paisagens majestosas. Isto é um início, queremos que vá crescendo de forma sustentável”, espera o dirigente do TPN.

O festival contará com facilidades de transporte, com barcos a trazer visitantes da Régua, onde se chega de comboio e autocarro ou onde se pode estacionar, com transferes do centro de Lamego e com diversos espaços de estacionamento, explica Diogo Marques, promotor do evento.

E ainda que o alojamento esteja com capacidade esgotada por esta altura de vindimas, a ideia, a prazo, é contribuir para a região e para o país, aumentando o tempo médio de estadia. “É dos problemas do país, tem uma estada média de 2,4 dias a nível nacional, e da região, que está nos 2,1/2,2 dias.”

Ora, a região do Alto Douro Vinhateiro cresceu o dobro do país em termos de proveitos em 2022. E o ano de 2021 não terá sido alheio a este boom, recorda Gilberto Igrejas: a região demarcada do Douro comercializou 507 milhões de euros em cenário de pandemia, com o consumidor nacional a colmatar a quebra das exportações…

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