À boleia da prova, revisita-se espaços naturais que resistiram ao fogo e à água (Fotografia de Pedro Granadeiro/Global Imagens)

A Serra da Estrela quer recuperar de um verão trágico, marcado por incêndios inéditos e pelas cheias que se lhes seguiram. Quer mostrar que ainda tem muito para se ver. E ir é, de facto, o melhor remédio.

“É muito importante que o turismo continue ativo e que as pessoas continuem a visitar a Serra da Estrela. Só assim é possível recuperar as áreas afetadas e minorar o impacto que todas as intempéries tiveram nesta região privilegiada para o turismo de Natureza”, justifica a organização do Estrela Xtreme Triathlon, evento que estava agendado há longos meses e que, apesar de tudo o que aconteceu, vai realizar-se neste sábado, 24 de setembro.

(Fotografia de Paulo Nunes/DR)

Apesar de ser direcionado para atletas experientes – o triatlo inclui 1,9 quilómetro a nadar na Lagoa do Vale do Rossim, 105 quilómetros a pedalar nas serranias e 21 quilómetros a correr na montanha –, o evento promove a visita em família, tendo organizado “espaços privilegiados para que todos possam assistir”. A ideia é fazer da prova uma desculpa para voltar à Serra da Estrela, aproveitando para passear por lugares que passaram incólumes pela tragédia – e provar alguns sabores tradicionais.

Da degustação de enchidos – chouriça, farinheira e morcela – e queijos de ovelha e de cabra ao tradicional caldudo, feito castanhas secas (piladas), passando pela sopa de abóbora e pela feijoca guisada com carnes de porco, são várias as propostas para o palato. A saborear, por exemplo, nos restaurantes Serradalto (rua 1º de Maio, Manteigas) e O Olival (N232, Manteigas).

UMA VIAGEM FEITA DE PONTOS ALTOS

Lagoa do Vale do Rossim

Situada no maior vale glaciar da Europa, a uma altitude de 1437 metros, a Lagoa do Vale do Rossim foi formada artificialmente com a construção de uma barragem em 1956, num local que era uma das melhores pastagens para os rebanhos de transumância. Ao longo do tempo, tornou-se numa área de lazer e recreio de excelência.

Praia Fluvial Vale do Rossim, a mais alta do país (Fotografia de Pedro Granadeiro/Global Imagens)

Parque da Várzea

Na margem do Rio Zêzere, o Parque da Várzea inclui bar, zona de piquenique, parque infantil e o Centro de Cyclin Portugal de Manteigas, com zona de lavagem e manutenção de bicicletas e balneários.

Torre

O ponto mais alto de Portugal Continental continua à espera de quem queira sentir-se nas alturas. Situada no limite das freguesias de Unhais da Serra (Covilhã), São Pedro (Manteigas), Loriga (Seia) e Alvoco da Serra (Seia), é partilhada por três municípios.

(Fotografia de Miguel Pereira da Silva/Global Imagens)

Sabugueiro

O Sabugueiro é a aldeia mais recôndita e próxima do cume da Serra da Estrela. E uma das que melhor representa o modo de vida serrano, da calma com que se vive na montanha aos sabores que dela se tiram.

Aldeia de Sabugueiro (Fotografia de Artur Machado/Global Imagens)

Gouveia

Gouveia é o miradouro para todo o Vale do Mondego e esconde vestígios das civilizações catreja, romana e muçulmana, além de vários espaços verdes, entre os quais o Parque Zoológico.

Estrada Caminho Natural

É uma linha de asfalto de 25 km que liga Gouveia (Curral do Negro) a Folgosinho e Covão da Ponte, entre paisagens mais desconhecidas da Serra da Estrela.

Castelo de Folgosinho

O Folgosinho é o seu castelo, reconstruído no séc. XX com pedra de quartzo branco-rosado, e é também o paraíso da gula (e da vista).

Aldeia de Folgosinho.
(Fotografia de Artur Machado/GI)

Covão D’Ametade

Localizado no início do Vale Glaciar, a 1500 metros de altitude, o Covão d’Ametade é um dos sítios preferidos pelos amantes da Natureza para iniciar caminhadas ou apenas relaxar e fazer um piquenique.

Do burel às largas vistas

Sugere-se ainda a visita às fábricas do burel, em Manteigas, e ao Miradouro Fragão do Corvo, nas Penhas Douradas e passeios por trilhos naturais bem marcados como o PR3, curto (2,3 km) e adaptado a todos.

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