Um dos maiores eventos culturais da região do Sahel, o Aïr Festival, regressou ao deserto do Níger, trazendo canções, danças e tradições orais da cultura nómada tuaregue para um público de milhares de pessoas.
A aguardada festa de três dias aconteceu em Iferouane, um oásis entre o deserto e as montanhas a 1200 quilómetros de Niamey, capital do Níger, Niamey.
Cerca de 5000 pessoas substituíram a calma habitual do deserto por um movimento pouco habitual por aquelas bandas.
O festival, lançado em 2001, tinha ocorrido pela última vez em 2020. No seu auge, visitantes europeus abastados percorriam o caminho para o Níger para o viver de perto e homens que agora são chefes rebeldes trabalhavam como guias turísticos.
Uma companhia aérea ligava Paris diretamente a Agadez, no Níger, e a Gao e Kidal, no Mali, e ajudava a trazer visitantes por um local que durante muitos anos foi também cenário do mítico rali Paris-Dakar.
As memórias deste tempo tranquilo persistem até hoje no Sahel, apesar das duas revoltas jihadistas que assolaram o Níger e da sua pobreza crónica.
“Há uma grande procura para trazer turistas de volta”, sublinharam as autoridades locais.
O Níger exige que todos os ocidentais que viajam para o deserto sejam acompanhados por uma escolta armada, pela qual devem pagar.
Uma situação que os responsáveis pela região consideram a mais segura e que veio para ficar. Para bem de todos.