Foto: Wikipedia Commons

Um dos maiores eventos culturais da região do Sahel, o Aïr Festival, regressou ao deserto do Níger, trazendo canções, danças e tradições orais da cultura nómada tuaregue para um público de milhares de pessoas.

A aguardada festa de três dias aconteceu em Iferouane, um oásis entre o deserto e as montanhas a 1200 quilómetros de Niamey, capital do Níger, Niamey.

Cerca de 5000 pessoas substituíram a calma habitual do deserto por um movimento pouco habitual por aquelas bandas.

O festival, lançado em 2001, tinha ocorrido pela última vez em 2020. No seu auge, visitantes europeus abastados percorriam o caminho para o Níger para o viver de perto e homens que agora são chefes rebeldes trabalhavam como guias turísticos.

Uma companhia aérea ligava Paris diretamente a Agadez, no Níger, e a Gao e Kidal, no Mali, e ajudava a trazer visitantes por um local que durante muitos anos foi também cenário do mítico rali Paris-Dakar.

As memórias deste tempo tranquilo persistem até hoje no Sahel, apesar das duas revoltas jihadistas que assolaram o Níger e da sua pobreza crónica.

“Há uma grande procura para trazer turistas de volta”, sublinharam as autoridades locais.

O Níger exige que todos os ocidentais que viajam para o deserto sejam acompanhados por uma escolta armada, pela qual devem pagar.

Uma situação que os responsáveis pela região consideram a mais segura e que veio para ficar. Para bem de todos.

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