Foto: Pixabay

O aumento significativo da caça furtiva no Botsuana levou à perda de cerca de um terço da população de rinocerontes no país.

A triste estatística foi anunciada pela ministra do turismo, Philda Kereng, e diz respeito aos últimos cinco anos.

Ao todo, 138 rinocerontes foram abatidos entre 2018 e 2022, um número superior ao período compreendido entre 2021 e 2017.

As mortes de rinocerontes aumentaram repentinamente para sete em 2018, antes de chegarem às 30 no ano seguinte.

Em 2020, subiram novamente para 62, tendo depois caído para metade (33) em 2021 e descido para seis em 2022.

“A caça furtiva intensiva justifica-se pela procura por chifres de rinoceronte no mercado internacional e deve-se aos caçadores furtivos e às deslocações de criminosos internacionais de outros estados da África Austral para o Botsuana”, lamentou Philda Kereng.

A caça furtiva de rinoceronte é impulsionada pela procura da Ásia, onde os chifres são usados na medicina tradicional devido ao seu suposto efeito terapêutico.

O Botsuana não divulga publicamente a sua população de rinocerontes, mas um documento apresentado pelo Governo antes da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), o ano passado, mostrou que havia cerca de 285 rinocerontes brancos e 23 negros em todo o país.

Em 2019, o país abrigava pouco menos de 400, de acordo com a Rhino Conservation Botswana, a maioria deles nas planícies gramadas do norte do Delta do Okavango.

Nos últimos anos, o país passou a retirar os chifres dos rinocerontes para reduzir o apelo dos caçadores furtivos.

O efeito passou a ser o contrário, pois os pedaços de chifres deixados no animal são ainda mais valiosos.

Já a vizinha África do Sul, país vizinho do Botsuana e tradicional foco de caça furtiva de rinocerontes, tem visto nos últimos anos um declínio constante no número de animais mortos devido ao aumento das patrulhas nos parques nacionais, que forçaram os caçadores a outras paragens.

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