Varsóvia, capital da Polónia e destino de eleição (Foto: Pixabay)

Como é que uma coisa boa pode transformar-se numa coisa má, ou menos boa? Como é que a Polónia, país de quase 38 milhões de habitantes que acolheu cerca de 1,5 milhões de refugiados ucranianos, é afetado negativamente pela generosidade do seu povo e pelo altruísmo demonstrado no acolhimento a quem fugiu da guerra?

Agata Witoslawska, diretora de operações do Turismo da Polónia para a Península Ibérica, explica: “Essa imagem de generosidade, e a proximidade com a Ucrânia, acabou por criar a ideia de que somos um país inseguro”. O que, sublinha, não é verdade. “A Polónia é um destino seguro, é membro da União Europeia e da NATO. Oferece as mesmas garantias que Portugal”, enfatiza.

É a pensar em mudar esta imagem simplista que os responsáveis do turismo do país decidiram voltar à Bolsa de Turismo de Lisboa, que arrancou esta quarta-feira, 1 de março, na FIL, e se estende até ao próximo dia 5, domingo. Para reforçar a mensagem de que o gesto humanitário não define aquele território nem deve tolher as suas potencialidades turísticas.

São sobretudo os alemães, escandinavos e ingleses que procuraram o país. Mas o sinal dado recentemente pelos espanhóis faz Agata acreditar que o mesmo movimento pode contagiar os portugueses.

“Em 2021, o mercado espanhol foi o que mais relevância teve na recuperação de turistas pós-pandemia”, refere. “E por isso temos a certeza de que também os portugueses ficarão surpreendidos em conhecer este destino”.

Não foi por acaso que decidiram criar um site em Português para tornar ainda mais luzidia a montra. Pode ser consultado aqui.

Longe vão os tempos áureos em que, à boleia de um Papa polaco, João Paulo II, os turistas lusitanos procuravam aquelas paragens. Hoje, a TAP providencia voos diretos diários (na época alta) para Varsóvia e há também duas ligações com companhias low-cost para Cracóvia e Varsóvia (Ryanair e Wizz Air).

Cracóvia é uma das cidades da Polónia para onde é possível viajar diretamente desde Portugal (Foto: Pixabay)

Estas duas cidades são, de resto, o grande cartão-de-visita do país, em especial Varsóvia, considerada Destino Europeu 2023. Ainda que, contemporiza Agata, “a Polónia seja a sétima ou oitava escolha para quem quer fazer uma escapadinha na Europa”.

Para além da diversidade paisagística, há outro grande atrativo, reforça: “A forma como conjugamos a herança negra do passado (numa referência às marcas da Segunda Guerra Mundial) com as cores do futuro”. Acresce, no atual contexto económico marcado por uma inflação dolorosa, “o facto de oferecermos qualidade a um preço razoável”.

O impacto do Programa Erasmus também tem ajudado a chamar turistas ao país, uma vez que, explica Agata, “os pais e avós dos jovens que estão a estudar lá acabam por ir visitá-los e percebem que podem ficar hospedados a bons preços”.

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