Foto: Pixabay

Com todas as regiões brasileiras num espaço de titãs na Bolsa de Turismo de Lisboa, o Brasil aposta na mensagem da reconstrução após mudança de governação.

Marcelo Freixo assumiu a presidência da Embratur, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, em janeiro e não poupa nas palavras para descrever o rombo no comércio e no turismo brasileiro provocado pela pandemia de covid-19 e por quatro anos de “crises geradas pelo anterior, com muitos problemas diplomáticos, culturais, raciais, ambientais…”.

“A França deixou de promover o Brasil enquanto destino depois dos problemas diplomáticos, das declarações de Bolsonaro sobre a esposa do presidente Macron. A Alemanha cortou o fundo amazónico depois das queimadas… A mensagem agora é a de que o Brasil voltou”.

Numa conversa tida à margem da BTL, no centro de um stand de 252 metros quadrados com sumos a recordar o exotismo do destino, o presidente da Embratur aponta os exemplos da Colômbia, República Dominicana, Costa Rica, Argentina e Peru para sustentar o desalento.

“A pandemia foi em todo o Mundo” mas os vizinhos “recuperaram mais rapidamente” face a um Brasil que recebeu 150 mil portugueses em 2022, contra 350 mil em 2005.

“É razoável mas é muito abaixo daquilo que já tivemos”, lamenta, somando outro um fator negativo: o preço dos voos.

A reconstrução da imagem passou pela recuperação da marca Brasil, criada em 2005 e trocada por Brazil (com z) e por apostar na promoção e no planeamento, com equipa totalmente renovada e direções novas, até para gerir dados e informação e fazer um diagnóstico que não tem.

“A herança do último governo para este é zero. Não tem um dado, não tem uma memória”, diz Marcelo Freixo.

A presença na feira permitiu iniciar contactos com o Governo português no sentido da partilha de informação e da aposta no “afroturismo”, pela história das gentes que construíram o Brasil e pelas portas que Portugal abre em África.

O ecoturismo, em crescimento no país, a gastronomia e a cultura são as apostas para diversificar a oferta do Brasil, porque “sol e praia também há no Caribe. Amazónia é que não. Ou Pantanal, que é uma experiência absolutamente rica com estrutura de turismo organizada”.

O turismo de eventos, o desejo de receber o Mundial de Futebol Feminino, a COP 30 são outros desafios. À margem, negociar com a TAP voos diretos para Alagoas e Florianópolis.

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