Foto: Flickr

Com mais três milhões de dormidas, 2022 foi o ano em que o arquipélago dos Açores acolheu mais visitantes. E prepara agora o reforço da aposta nos turistas norte-americanos.

Visitar o espaço da Visit Azores na Bolsa de Turismo de Lisboa é literalmente voar para as ilhas atlânticas e sentir a vida insular.

Dos queijos de várias ilhas ao gin do incontornável Peter, das atuações de artistas açorianos a eventos gastronómicos, a presença na feira pretende que quem a visita “venha viver os Açores”, conta-nos Carlos Morais, presidente cessante da associação de promoção do destino.

Às portas de eleições na Visit Azores e depois do regresso do Governo Regional à Associação, Carlos Morais faz um balanço feliz dos seus quatro anos de direção.

Assumiu uma associação com situação financeira crítica, viu o Governo abandonar o barco, e enfrentou uma pandemia que, admite, foi salva pelo turismo nacional.

“O mercado nacional já não chega aos 50% das dormidas, mas é sempre o prioritário para nós. Teve um papel muito importante durante a pandemia, não para recuperar economicamente, mas ajudou a alimentar o setor e a fazer renascer a esperança “, diz o dirigente.

Até que chegou 2022, com 1,014 milhão de turistas no arquipélago e 3,2 milhões de dormidas (+65,7% face a 2021 e mais 6,8% face ao período pré-pandémico, em 2019, com os estrangeiros a subir 149,4%, contra 9,4 % de aumento de portugueses) e com a receita a subir “substancialmente” para 145,8 milhões de euros (+87,6% relativamente 2021 e +24,5% face a 2019).

O sucesso açoriano deve-se em grande parte à liberalização do espaço aéreo, em 2015. Vieram as low cost e vieram mais companhias estrangeiras e, recentemente, com o aumento dos voos, cresceram sobretudo as chegadas de grandes companhias de bandeira, como a British ou a United. “Era impensável há uns anos.”

2022 viu o número de ligações aéreas para a Região Autónoma dos Açores triplicar em comparação com o ano de 2021. Às rotas Frankfurt–Ponta Delgada (Lufthansa), Genebra–Ponta Delgada (SWISS) e Madrid–Ponta Delgada (IBERIA), que se mantiveram em operação no presente ano, acrescentaram-se as ligações Londres–Ponta Delgada (British Airways), Londres–Terceira (British Airways), Paris–Ponta Delgada (Transavia), Amsterdão–Ponta Delgada (Transavia), Zurique–Ponta Delgada (Edelweiss) e Nova Iorque–Ponta Delgada (United Airlines)”, informava há dias a VisitAzores.

A United Airlines vai voltar a ter voos diários de e para Nova Iorque de maio a setembro, depois do sucesso da experiência do ano passado. Paralelamente, a Sata voa o ano inteiro para Boston, Nova Iorque e Toronto. A aposta no turismo norte-americano justifica-se por ser aquele que mais mais-valias económicas traz ao arquipélago, explica Carlos Morais, que acredita que esse mercado deverá brevemente ultrapassar o alemão, atualmente o maior entre estrangeiros num destino eleito em 2022 melhor para turismo de aventura pelos World Travel Awards.

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