O Governo do Quirguistão pediu aos seus cidadãos que não divulguem informações negativas sobre o país.
O receio é que tais possíveis informações possam prejudicar a imagem pública daquela república asiática como destino turístico, que faz das montanhas imagem de marca.
“Não devemos assustar os turistas”, afirmou Daiyrbek Orounbekov, responsável pela política de informação quirguize.
O pedido foi ainda mais longe, com apelos a que “tragédias ou crimes” sejam apenas divulgadas na língua local e em letras pequenas. “Se não falarmos sobre nada disso, não custa nada”, reforçou Orounbekov.
“Na medida do possível, seria bom para nós transmitir informações positivas em línguas estrangeiras para atrair visitantes”, acrescentou.
O Quirgistão aboliu recentemente os vistos para vários países e está a investir no setor do turismo, ainda pouco desenvolvido.
Entre as cinco ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, onde a liberdade de expressão continua limitada, o Quirguistão há muito que aparecia como uma exceção, com relativa liberdade de imprensa e pluralismo político.
Mas organizações não-governamentais têm denunciado a pressão crescente contra os meios de comunicação.
No final do mês de abril, um tribunal do país ordenou o encerramento do principal meio de comunicação não estatal, a filial local da Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL), financiada pelos Estados Unidos.