O render da guarda no Memorial de Chiang Kai-shek, em Taipei (Hsu Tsun-hsu / AFP)

É o fim de uma das maiores atrações turísticas de Taiwan: vai acabar o render da guarda junto do memorial ao antigo presidente Chiang Kai-shek. Porque chega de idolatrar o autoritarismo, determinou o Governo.

Taiwan é hoje das mais saudáveis democracias da Ásia. Mas foi durante décadas o território de um líder autocrático, Chiang Kai-Shek, cuja estátua de seis metros sempre polarizou o debate.

A cada hora, a guarda de honra militar efetua defronte do memorial a dança dos turnos, atraindo ondas crescentes de turistas. A partir de amanhã, deixará de acontecer. O melhor, acontecerá num sítio mais prosaico: a avenida da Democracia.

“Eliminar a veneração do culto de personalidade e eliminar a veneração do autoritarismo é o objetivo”, justifica o ministro da cultura.

Chiang Kai-Chek e as suas tropas nacionalistas do Kuomintang fugiram da China para Taiwan em 1949, para estabelecer um governo rival depois de perdida a guerra para as forças comunistas.

Hoje, é visto como a personificação de um regime militar brutal que enviou para o exílio, aprisionou e matou milhares de opositores até falecer, em 1975.

Para muitos jovens tawaineses, também o sinónimo do tipo de autoritarismo a que se assiste na China, que olha Taiwan como parte integrante do seu território e faz frequentes demonstrações de força para manter a pequena ilha sob seu controlo.

Centenas de estátuas de Chiang Kai-Shek já foram removidas para um parque perto do mausoléu do ditador, na cidade de Taoyuan, no norte.

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