Lago Bajer e aldeia de Fuzine (Daniel Kasap / AFP)

O calor nas costas mediterrânicas torna-se cada vez mais absurdo e a Croácia não é exceção. Fugir dele e das hordas de turistas que frequentam os destinos mais procurados leva cada vez mais pessoas a buscar as montanhas. Porque as há.

A uma hora de estrada da capital croata, Zagreb, uma pequena aldeia tranquila pode ser o mais próximo de um oásis. Com temperaturas cerca de 10 ºC abaixo das registadas junto ao mar Adriático, na costa e nas centenas de ilhas que compõem a Croácia, Fuzine oferece um ar respirável.

Lago Bajer e aldeia de Fuzine (Daniel Kasap / AFP)

“O cenário é bonito e o clima é ótimo”, admite Gerald Botswick, turista americano que fugiu da multidão de Dubrobvnik, Hvar, ou Split. É precisamente de lá que chega este viajante de Denver e admite que prefere ficar em Fuzine, onde corre uma brisa e onde se consegue dormir.

À volta, florestas a perder de vista. Estamos na região montanhosa de Gorski Kotar, muitas vezes referida como “A Suíça da Croácia”.

É um lugar cujos invernos são duros e pintados de neve e cujos verões dificilmente passam os 30 ºC e são feitos de noites frescas.

Lago Bajer e aldeia de Fuzine (Daniel Kasap / AFP)

Como grande parte do sudeste europeu, a Croácia tem sido afetada por ondas de calor, com temperaturas muitas vezes acima dos 37 ºC. E se as águas do mar podiam ser, antigamente, um bom refúgio de frescura, hoje conseguem subir aos 29 ºC.

Optar pelas montanhas oferece, por isso, o descanso da frescura e, havendo saudade, proximidade suficiente da costa para um mergulho nas águas cristalinas do mar em Rijeka, a 20 minutos de carro. “Poucos destinos na Europa têm isto”, argumenta Silvija Sobol, representante do Turismo de Fuzine.

No ano passado, mais de 50 mil turistas visitaram a zona de Gorski Kotar, uma pálida amostra dos mais de 20 milhões de estrangeiros que viajam anualmente até à Croácia.

Lago Bajer e aldeia de Fuzine (Daniel Kasap / AFP)

Com as alterações climáticas e a inevitável subida das temperaturas médias, os destinos de montanha deverão ser cada vez mais procurados. E as economias locais costumam ver no turismo uma forte fonte de receita.

O desafio está em promover um desenvolvimento inteligente, que não afete o ambiente, proteja as florestas e a identidade visual do lugar.

Aproveitar os lagos da região, criar campismos e manter a sua aura rural parece ser a receita do sucesso. Como diz uma habitante que tem um apartamento para alugar na aldeia, “há muita mais para ver e fazer em Gorski Kotar do que nadar numa piscina”.

Lago Bajer e aldeia de Fuzine (Daniel Kasap / AFP)

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