Foto: Attila Kisbenedek/AFP

Rodeado por praias imensas e parques verdes, o lago Balaton, na Hungria, encantou gerações de turistas. Mas está a tornar-se um pequeno pedaço privado apenas para famílias ricas.

Hotéis de luxo, blocos de apartamentos e marinas encerradas começaram nos últimos anos a substituir os areais, os parques de campismo e a vegetação de entrada gratuita em torno do maior lago de água doce da Europa Central, conhecido como “Mar Húngaro”.

A tendência ameaça o turismo tradicional e arrelia moradores e comerciantes locais. “Estou seriamente preocupado”, admitiu o ativista Peter Karpati, em declarações à agência AFP. “A ganância corrói gradualmente o lago e leva-o à ruína”, denuncia.

Laszlone Szabo, professora de 46 anos, assinou uma petição contra uma nova marina construída recentemente. “Ocupou a parte da praia oeste onde costumávamos apanhar sol e passar o verão inteiro”, lamenta.

Foto: Attila Kisbenedek/AFP

Com uma costa de 235 quilómetros, o Balaton recebe 2,8 milhões de visitantes todos os anos, a maioria húngaros. Mas os números do instituto estatal de estatística mostram um declínio nas dormidas, apesar de a despesa total dos visitantes ter aumentado.

Mais de 50 empreendimentos do Balaton são liderados por empresários próximos do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, de acordo com o K-monitor, órgão de fiscalização da corrupção.

O Governo afirma que fornece fundos para desenvolver o turismo, mas os críticos acusam-no de financiar projectos controversos e de apoiar mudanças legais para os levar a cabo.

Dias diferentes para quem se habituou a ver no Balaton local de férias a preços acessíveis num centro privilegiado de tranquilidade e natureza.

Partilhar