O movimento de turistas nos hotéis de Moçambique cresceu 21,7%, segundo dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística daquele país de língua portuguesa.
Os números dizem respeito ao terceiro trimestre do ano e não incluem os resultados referentes ao setor ocorridos após a confusão social vivida na sequência das eleições gerais de 9 de outubro.
Até setembro, o fluxo turístico foi de 130 mil hóspedes, com o transporte de passageiros a crescer 15,5%.
Porém, estima-se que o último semestre tenha sido afetado pela convulsão nas ruas, onde violentas manifestações causaram pelo menos 130 mortos, de acordo com plataformas independentes.
Os empresários do turismo estimam que os prejuízos tenham chegado aos 500 milhões de meticais (7,5 milhões de euros), sobretudo motivados por cancelamentos de reservas devido à instabilidade social.
“Estamos em plena época alta do turismo em Moçambique, que é o verão”, lembra Muhammad Abdullah, responsável pelo pelouro da Hotelaria, Restauração e Turismo da Confederação das Associações Económicas.
Os impactos das manifestações e paralisações no setor do turismo “fazem-se sentir em todas as províncias do país”, embora Maputo tenha sido a região mais afetada.
“O nosso maior medo é a repercussão que estas imagens espalhadas pela comunicação social internacional criam”, aponta Muhammad Abdullah. “Vamos apostar no marketing digital para recuperar o país”, garante.