As viagens de amor têm tudo para ficarem como memórias especiais. E podem mesmo ser assim. As opções são imensas. Basta apenas planear com antecedência para depois usufruir de tudo como se os dias não acabassem. Agora que o Dia dos Namorados está aí, conheça os melhores destinos e as histórias de quem viveu experiências inesquecíveis e as quis partilhar com o seu mais do que tudo.
Quando Inês Gouveia da Silva e Diogo Cordeiro casaram, a 23 de julho de 2022, não ousaram que a data ficasse singularmente isolada na agenda de memórias. E foram mais longe. Literalmente mais longe, na hora de pensar onde e como seria a lua-de-mel dos seus sonhos, aquela lua-de-mel que haveria de sair melhor do que alguma vez haviam imaginado. Habituado a viajar, o casal de funcionários do Parlamento Europeu, na área de comunicação e eventos e na de relações externas, respetivamente, reservou três semanas das suas vidas que ficaram como uma vida só. Onde? No outro lado do Mundo. Literalmente. “No Havai, destino mais longe e mais exótico não poderia haver”, contam Inês e Diogo.
Assim pensaram, assim fizeram. Planearam tudo e partiram para aquela que haveria de ser a viagem de sempre, a tal das tais. “Visitámos as quatro maiores ilhas do arquipélago, vimos muita coisa diferente da Europa. Fizemos praia, snorkeling, caminhadas, fomos a vulcões, aproveitámos a parte cultural. Enfim, nada nos desapontou”, contam Inês e Diogo, como se ainda no Havai estivessem, tão frescas são as lembranças dessas três semanas que neles ficaram marca forte.
A partida foi do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e teve como primeira paragem Frankfurt, na Alemanha. Daí apanharam um voo para São Francisco, na costa Oeste dos Estados Unidos. E foi de lá, da quente Califórnia, que voaram diretos para o ainda mais quente Havai. Destino: Kona. O destino de todos os destinos após 20 horas pelos ares. “Mas valeu bem a pena”, garantem.
Começava então uma aventura inesquecível, precisamente na mesma ilha que o capitão James Cook se tornou o primeiro europeu a alcançar, em 1778. “Kona é também chamada de Big Island (ilha grande), para a distinguir do resto do arquipélago, composto por um total de 137 ilhas”, dizem Inês e Diogo, que ficaram a conhecer como poucos os encantos daquela pérola do Oceano Pacífico. “Há oito ilhas principais pelo seu tamanho e população, das quais seis estão abertas ao turismo”, apontam.

A distância não foi algo que os assustou. Pelo contrário. “Fica longe e é caro, é verdade, mas depois de adiarmos o casamento por causa da pandemia, não queríamos adiar a lua-de-mel. E queríamos um destino suficientemente longe para ‘saber’ a lua-de-mel, com tudo o que procuramos numa viagem: cultura, história e atividades.” E assim foi, sem tirar, nem pôr. Melhor do que o planeado.
A preparação para a grande viagem começou dois meses antes. Tudo pesquisado, organizado e pensado, foi apenas tempo de fazer as malas e partir à aventura. “A primeira impressão quando aterrámos foi a de que estávamos num filme de Hollywood. Vivendas ajardinadas, bandeiras dos Estados Unidos da América (EUA) hasteadas, caixas do correio em filas à beira da estrada, semáforos no meio dos cruzamentos, carros enormes. Tudo enorme, uma outra dimensão. Mas são uns EUA diferentes, tropicais e vulcânicos ao mesmo tempo, flora verde e lava preta”, recordam.
Ficaram episódios que guardarão para sempre. Como daquela vez em que fizeram mergulho e demoraram cerca de uma hora numa descida até à costa que pareceu interminável. “Havia um trilho com zonas de vegetação alta acima das nossas cabeças e outras de campos de lava irregulares. Mas depois tudo compensou, água morna e transparente e uma variedade imensa de peixes coloridos de diferentes tamanhos, quase um aquário. O regresso pelo trilho foi ainda mais desafiante, com sol alto, nós mais cansados e o caminho sempre a subir”, descrevem.
Foi o “sonho dos sonhos”, uma lua-de-mel que ficou mesmo assinalada como histórica, momentos de partilha que jamais esquecerão. Num Havai que conquistaram com amor. E onde se deixaram conquistar. Também com muito amor.
“Um local fora da caixa”
De sonho foi, também, a lua-de-mel de Juliana Costa e Bernardo Moita. Nas Seychelles, “um destino diferente do habitual”, conforme definiram desde o início, quando pensaram que a viagem teria que ser inesquecível e única. Ainda por cima feita a…três, com o filho pequenote, de três anos, que fizeram questão que os acompanhasse naquela que viria a ser a concretização de um sonho comum.
Casados de fresco, Juliana, funcionária da Coordenação Nacional de Emergência da Cruz Vermelha Portuguesa, 29 anos, e Bernardo, 27, queriam partir para um lugar “mais fora da caixa que os habituais destinos de lua-de-mel.” Atraíram-nos a “geografia da ilha, o aspeto exótico e as cores.” E fascinados ficaram. Apaixonados, mesmo. Mais ainda. Com as Seychelles cravadas neles, tempos que não esquecerão, como se de lá nunca tivessem saído, como se lá tivessem ficado em comunhão e harmonia com a Natureza, as praias, as pessoas, os sabores e os cheiros.
Acostumados a viajar e apaixonados “pela beleza dos Açores e por Cuba”, Juliana e Bernardo não deixam parado o verbo sonhar. Querem viajar mais, sempre mais. Não em lua-de-mel, que essa foi única e assim querem que fique. Mas com a certeza de que a viagem de sonho, a outra viagem de sonho, “ainda está por concretizar. Talvez ao Sudeste Asiático, ao Japão, à Tanzânia.” Sempre com aqueles dias nas Seychelles na lembrança. Aquela lua-de-mel que jamais irão esquecer de tão exclusiva. A tal das tais.

“Várias luas de mel numa só”
Raquel Janeiro e Miguel Mimoso não são um casal qualquer. Conheceram-se através da rede social Instagram e é no Instagram que vão fazendo história, com uma página comum que relata em fotos de superior qualidade e imaginação as (muitas) viagens que os levam a praticamente todos os cantos do globo.
A Explorerssaurus, assim batizaram a página, conta com mais de mil publicações e leva já uma autêntica onda gigante de seguidores, qualquer coisa como quase 1,5 milhões. Raquel e Miguel casaram e não foram logo de lua-de-mel. E levaram isso muito a sério. E fizeram planos, traçaram rotas, estudaram alternativas, contaram os dias, pensaram no sonho, imaginaram os dias que virão, planearam tudo ao pormenor.
“Deixámos a nossa lua-de-mel em standby, mas quisemos muito que fosse nas Seychelles, nas Maldivas e em Bora Bora. Várias luas-de-mel numa só, portanto”, recorda Raquel Janeiro. Que traça a história de como um amor comum combinou também duas paixões comuns. “Antes de conhecer o Miguel, a minha maior paixão já era viajar, conhecia 50 países. A paixão dele, por sua vez, era a fotografia. E quando nos juntámos, juntámos também os nossos dois maiores hóbis”, lembra Raquel Janeiro. Assim nasceu e cresceu de forma orgânica o Exporerssaurus, agora um “emprego a tempo inteiro.”
Pela caixa de mensagens da conta no Instagram, o casal recebe inúmeros pedidos de aconselhamento de quem quer realizar uma lua-de-mel de sonho, mas ainda não sabem como nem onde. “Sem dúvida que os melhores destinos passam por Maldivas e Turks e Caicos, onde é possível descansar, fazer snorkeling ou remo, mergulhar com tubarões-baleia… Quem procura apenas boas praias, as Maurícias e as Bahamas são de ter em conta.”

Tentar combinar mais do que um destino é sempre outra opção a ponderar. “Por exemplo, se o casal escolher as Caraíbas, pode antes disso passar uns dias em Miami, nos EUA. Ou percorrer a Capadócia, na Turquia, antes de voar para aquele que será o local final da lua-de-mel”, propõe.
Outras viagens favoritas incluem Las Vegas, onde se multiplicam os mais diversos espetáculos e casinos ( “vale muito a pena”, enfatiza Raquel), seguida de uma roadtrip pela Califórnia e pelo estado de Nevada. “Garanto que nunca haverá monotonia como noutros destinos mais turísticos”, assegura a influenciadora. Que também não exclui a hipótese América do Sul, “com percurso pelo Peru e a Bolívia.”
Essencial é “ter as coisas bem planeadas para evitar contratempos e não defraudar expectativas”. E depois, bom, “depois é aproveitar a bolha de amor e desfrutar ao máximo.”
Conselho que Raquel deixa ainda é tentar projetar a viagem com a ajuda de uma agência externa, com alguém que consiga tocar pontos que viajantes solitários dificilmente conseguem tocar e antecipar. E já as há. Multiplicam-se, aliás.

Planos idílicos, trabalho de alfaiate
A concretização do sonho de uma lua-de-mel inesquecível que fique marcada para sempre no registo das boas memórias pode não ser tarefa que seja apenas pensada a dois. Vai crescendo o mercado de empresas que se dedicam em particular a este segmento e o tomam como primordial no alvo do sentido de negócio. Procuram destinos, acertam pormenores de viagem com os casais, aconselham-nos, no fundo orientam-nos no sentido de terem aquilo que sempre imaginaram com o toque de mestre da ajuda especializada num campo com muito para explorar e que nem sempre poderia ser alcançado não fosse tal dedo amigo a apontar caminhos.
É o caso da Total Fun, uma agência de viagens e operador turístico de Coimbra que leva já 21 anos de experiência na matéria e que recentemente apostou também no campo específico das luas-de-mel como motor do seu trabalho.
“Foi a pandemia que nos levou a procurar novas oportunidades e a reajustar a nossa ação, apostando fortemente em três segmentos: luas-de-mel, casamentos lá fora – os chamados wedding destination” – e programação de luxo para famílias, desenvolvendo e criando produtos próprios deste âmbito”, conta Ricardo Baptista, CEO da Total Fun.
Ideia nascida, ideia concretizada. E mãos à obra na busca de uma “coleção de experiências diferenciadas, únicas e marcantes” para aqueles que casam e querem uma viagem do outro Mundo. “Procuramos alojamentos únicos com atividades e experiências incluídas dirigidas aos noivos que buscam um serviço mais exigente e uma viagem com características personalizadas”, explica. Resumindo, “um trabalho de alfaiate com uma equipa muito viajada, que nos permite conseguir ir onde outras agências terão maior dificuldade.”
A primeira iniciativa foi lançada em abril de 2021, nada menos do que o maior passatempo para noivos alguma vez visto em Portugal, em que foram oferecidos pacotes de viagem no valor de 12 mil euros, totalmente dinamizado nas redes sociais e que se concretizou numa viagem às Maldivas com alojamento de luxo num hotel do grupo Sun Siyam Luxury Resorts.
Daí para a frente, a Total Fun não parou. “Decidimos criar uma marca própria, o que aconteceu de forma natural, pelo seu cariz único e diferenciado dos restantes mercados que trabalhamos. Nasceu assim a “Honeymoon Signature Collection”, recorda Ricardo Baptista. Com página e milhares de seguidores no Instagram, atende pedidos de recém-casados, sejam quais forem, até os mais exigentes e fora da caixa. Afinal, o objetivo é “criar uma viagem de vida”, percebe-se bem porquê. “Os principais destinos são as Maldivas, Seychelles, Tanzânia, Tailândia e o Caribe”, desfia. Outras paragens também incluídas são a Costa Rica, o Peru, o Sri Lanka, o Dubai, e o Sudeste Asiático, além das ilhas gregas e da italiana Sardenha.
Neste idílicos locais, os noivos têm possibilidade de levar à prática experiências singulares e, até, pouco habituais. “Por exemplo, o jantar “castelos de areia” em Cuba, uma mesa escavada na areia da praia quase em cima do mar, rodeada de velas com um pôr-do-sol incrível. Ou um dia numa ilha deserta só para o casal, com almoço da lagosta acabada de pescar, em Zanzibar. Também uma villa privada frente ao mar com direito a carrinho de golfe em Punta Cana e voar até à famosa ilha Saona de helicóptero e tê-la só para o casal”, assinala Ricardo Baptista.

Um escritor que desenha viagens
Apesar de contar com apenas um ano como marca própria, a Honeymoon Signature Collection já consegue fazer um balanço concreto do que pretendem os clientes. “Sem dúvida que no topo da lista dos pedidos estão as Maldivas e as Seychelles, além das Caraíbas.”
Sempre na certeza de que cada lua-de-mel “é uma forma de pensar e de ser, que ultrapassa o conceito ou o produto em si” e em que o cliente não é tratado como tal, mas como o “escritor que desenha a viagem do seu imaginário connosco.” Sim, porque, afinal, cada lua-de-mel é um romance que merece não ficar esquecido na estante de uma biblioteca poeirenta e, sim, é livro com páginas brilhantes em leitura permanente e deliciada.
A Honeymoon Signature Collection segue uma tendência que a nível internacional também tem crescido significativamente ao longo dos últimos anos. Pela Europa e pelos Estados Unidos multiplicam-se as empresas que têm no mercado das luas-de-mel o principal alvo. E que se desdobram a procurar destinos para que recém-casados concretizem a viagem das viagens.
Tal como na Honeymoon, a ideia principal passa não apenas por viagens per si, mas por experiências personalizadas em que os aspetos únicos se sobreponham a tudo o resto. Para que tudo fique como deve ser uma lua-de-mel, idílico e apaixonado. E para que dela se regresse como se nunca dela se tivesse saído. Para sempre. Como se idealiza um casamento e como se registam as viagens que nunca saem de nós.