É uma das figuras mais conhecidas da Colômbia, embora não pelos melhores motivos. Mais de 30 anos após a sua morte, Pablo Escobar (1949-1993) ainda é fonte de receita turística no país. Mas pode vir a deixar de o ser em breve.
O Parlamento colombiano está a discutir uma lei que pretende proibir a venda de qualquer artigo relacionado com Escobar. O que uns defendem como acertado, outros criticam. Sobretudo os comerciantes, que temem pela subsistência.
“Questões difíceis que fazem parte da memória do nosso país não podem ser simplesmente relembradas por uma t’shirt vendida numa esquina”, referiu o deputado Juan Sebastián Gómez, um dos autores da nova legislação, citado pela BBC.
Na prática, o Governo segue os passos de Medellin, a cidade natal de Pablo Escobar, que em novembro passado aprovou a proibição da venda pública de qualquer produto alusivo ao famoso (e polémico) narcotraficante.
“É um insulto que familiares das vítimas tenham de se confrontar com a imagem de Pablo Escobar enquanto caminham pelas ruas de Medellin. E que haja tanta gente a apropriar-se dessa mesma imagem para obter rendimentos”, explicou então Federico Gutiérrez, presidente da Câmara de Medellin, citado pela Radio Caracol.
“Vender camisolas, gorros e outros materiais que exaltam o pior criminoso de sempre da Colômbia é um absurdo. Não podemos que estas personagens se convertam em ídolos”, acrescentou o autarca.
Números da BBC referem que Pablo Escobar terá sido responsável pela morte de quatro mil pessoas. “Narcos”, a série sobre a sua vida, é uma das mais populares de sempre na plataforma de streaming Netflix.