Depois de década e meia de violenta guerra civil, a Síria quer escancarar as portas ao turismo internacional.
“Tudo está melhor do que dantes”, garante Ayoub Alsmadi, fundador da Syria Scope Travel, agência turística que organiza visita privadas em todo o território sírio.
Ouvido pela norte-americana CNN, Ayoub é a expressão de um povo feliz disposto a mostrar aos outros a felicidade dos novos dias. “Todos estão super otimistas desde a queda do regime de Assad”, assegura.
As companhias internacionais estão lentamente a retomar os voos para Damasco, a capital, nomeadamente a Turkish Airlines.
“O turismo é uma ferramenta poderosa para ajudar os países a recuperar de anos de guerra”, garante James Wilcox, fundador da Untamed Borders, empresa que organiza deslocações a destinos de risco. “Ajuda a criar esperança”, resume, igualmente citado pela CNN.
Os novos roteiros turísticos passaram a incluir alguns dos locais que durante a ditadura estiveram vedados a olhares alheios, como a cadeia de Saydnaya, cenário de barbaridades cometidas contra prisioneiros políticos.
A ideia passa por transformar alguns desses locais em museus de preservação da memória do mais de meio século de terror provocado pela ditadura da família Assad que governou o país.

No entanto, e segundo sublinha a CNN, vários países, como o Reino Unido e os EUA, continuam a desaconselhar viagens à Síria por considerarem que as condições de segurança ainda não são as ideais. Washington fala mesmo em “risco de terrorismo, agitação civil, rapto e conflito armado”.
Em 2010, antes da fratricida guerra civil, a Síria era um dos países do Médio Oriente com mais receitas do PIB provenientes do turismo (14%). Então, os turistas procuravam, sobretudo, os locais históricos do país, como Palmira.
Muitos desses pontos ficaram parcialmente destruídos durante o conflito, embora outros tenham mantido as suas estruturas praticamente intactas, como a fortaleza Krak des Chevaliers, em Homs.