O “Ano Cézanne” é o maior evento do ano turístico francês. Acontece a partir de junho, na cidade natal e musa do pintor, Aix-en-Provence, perto de Marselha.
Não é uma data redonda. A ser, teria de atirar para 2026, para os 120 anos da morte de Paul Cezanne, o génio pós-impressionista que pintou as famosas “Banhistas”. Mas é a data escolhida para abrir as portas da alma provençal de um homem que pares tão insuspeitos quanto Picasso classificaram como “o pai de todos nós”.
Aix-en-Provence, a terra que o viu nascer, viver, ainda que intermitentemente, e morrer, que o inspirou como uma musa convida a partir de junho a visitar a mansão familiar onde pintou parte da sua obra.
Reabilitada, a casa Jas de Bouffan revelou as primeiras incursões artísticas de Cezanne, dissimuladas sob décadas de vidas posteriores. Integra agora o roteiro criado para entender a alma do artista, junto com o estúdio das Lauves onde pintou depois de vender a propriedade rural.
Uma exposição internacional com obras vindas de todo o Mundo, um trilho aberto para as melhores perspetivas do monte Sainte Victoire, tal com o artista as apreciou, completam as celebrações numa pequena cidade que ontem se apresentou em Lisboa como uma das apostas do ano da agência de promoção internacional do turismo francês, Atout France.
Fortalecido com um ano recordista no que ao turismo diz respeito – 100 milhões de visitantes, um milhão de portugueses, muito graças aos Jogos Olímpicos e ao regresso à vida da Catedral de Notre Dame de Paris – o país procura apresentar destinos mais tranquilos.
Os 20 anos da rede de 900 km de trilhos La Loire de Bicicleta, com paragem no Castelo de Chenonceau, o único no Mundo construído em ponte e sempre gerido no feminino (mesmo quando a realeza era assunto de homens), são uma das apostas de França.

O país soma 23 mil quilómetros de ciclovias e assume o desafio de, mais do que primeiro destino turístico mundial, ser o primeiro destino sustentável do Mundo em 2030.
Outra aposta é Perpignan. A pequena cidade abrigada pelos Pirenéus e com os pés no Mediterrâneo, a escassos minutos da fronteira espanhola, assinala os 60 anos da sua declaração como centro do Mundo por Salvador Dali. Porque era dali que fazia sair as suas obras em tempo de guerra civil em Espanha.
A promoção do destino inclui ainda o parque de atrações de Poitiers, o Futuroscope, que inaugurou há dias um parque aquático já considerado o melhor do Mundo e apresenta este ano um novo desafio: entrar no Triângulo das Bermudas em busca de desaparecidos.