Auschwitz continua a ser uma lição que nunca poderá ser esquecida. Voltamos ao local que recebe mais de dois milhões de visitantes por ano através das imagens e do sentimento da fotógrafa Maria João Gala.

Fotografias de Maria João Gala

Há 74 anos, cinco mulheres judias tentaram destruir os fornos crematórios do campo de concentração alemão de Auschwitz-Birkenau. Foram apanhadas e assassinadas, provocando um motim que levou à morte de 250 outros prisioneiros e de três oficiais das SS. Há 74 anos, este era um destino aonde ninguém queria ir parar. Hoje, recebe cerca de 2,1 milhões de visitantes por ano, de todas as idades e proveniências.

Ester, Ella e Regina foram três das prisioneiras que roubaram pólvora às escondidas, passando-a a outros prisioneiros que trabalhavam no Crematório IV de Auschwitz-Birkenau. O objetivo era destruir as câmaras de gás e os fornos, lançando uma rebelião no campo que se localizava na Polónia ocupada pelas forças nazis.

Em 1944, cinco mulheres judias iniciaram um motim no campo de concentração alemão de Auschwitz-Birkenau.

Os militares alemães esmagaram a revolta, provocando a morte de 250 prisioneiros e infligindo ferimentos a mais de 200. Apenas três elementos das SS, a força militar Schutzstaffel, foram eliminados no decurso da ação. As três mulheres e mais duas companheiras foram identificadas e posteriormente enforcadas, em janeiro de 1945, 22 dias antes da libertação do campo pelas forças do Exército Vermelho da União Soviética.

[Fotografia: Maria João Gala]
Como resultado da iniciativa destas mulheres, o Crematório IV de Auschwitz-Birkenau nunca mais voltou a funcionar. Ficou o exemplo de nunca desistir de lutar contra o horror e pela liberdade.

Percorra a fotogaleria acima para descobrir este portfólio de Auschwitz.


Maria João Gala

Nasceu em Luanda mas aos 5 anos mudou-se para Portugal. Começou por estudar Design de Comunicação nas Belas Artes da Universidade do Porto e seguiu para professora. Fez pós-graduação em Design, Materiais e Gestão de Consumo na Universidade de Aveiro. Um dia decidiu perseguir um sonho – a fotografia. E estudou-a no Instituto Português de Fotografia, descobrindo o fotojornalismo, a sua grande paixão.

Estagiou no jornal Público e neste momento é fotógrafa freelancer e colaboradora assídua da Global Imagens, com publicações nos jornais e revistas do Global Media Group. É líder de viagem na Fotoadrenalina, nos destinos Polónia e Marrocos. Regressa às páginas da Volta ao Mundo com este portfólio sobre o antigo campo de concentração alemão de Auschwitz-Birkenau, depois de já nos ter mostrado a sua visão da capital da Polónia.


Reportagem publicada originalmente na edição de outubro de 2018 da revista Volta ao Mundo, número 288.

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