As viagens dos leitores – fevereiro

Viajar mudou-me e fez-me ver o mundo com outros olhos. Para além das maravilhosas paisagens, dos campos de arroz, culturas, tradições, história, a interação com os locais é fundamental nas minhas viagens. Pequenos gestos, fazem toda a diferença e fazem-me muitas vezes pensar e refletir na vida do dia-a-dia. Acredito que sou a mulher que sou hoje, devido às viagens que fiz. Para visitar o Templo Besakih aluguei uma mota, o trajeto que fiz, as paisagens que vi, os locais com que me cruzei, o templo e a sua história, o amável guardião que esclareceu-me todas as minhas questões e me ensinou, são momentos de que nunca me irei esquecer, ficarão para sempre guardados no meu coração.

Durante o verão passado tive a oportunidade de visitar Itália. Foi uma experiência única, num país que tem uma cultura rica e uma gastronomia de excelência. O lugar que mais me marcou foi Cinque Terre, absolutamente incrível. Cinque Terre é o nome dado a um acidentado trecho de terra, em Itália, na costa da Ligúria. Aconselho muito uma visita e que de certeza vai encontrar um pequeno paraíso.

Em dezembro de 2015 viajei até Israel. Estive sete dias em Ein Bokek, Mar Morto. A paisagem é deslumbrante e tranquilizante com o deserto de ambos os lados, o Mar Morto com as suas águas cristalinas, onde os níveis de sal são dez vezes superior às do oceano. Quem faz o percurso Telavive - Ein Bokek, parte do trajeto é feito na companhia de uma areia dourada e misteriosa. Fomos obrigados a parar em Arad para regalo dos nossos sentidos.

Em agosto de 2014 fiz um circuito pelo Vale do Loire. Os jardins de Catarina de Médicis e de Diana de Poitiers, do castelo de Chenonceau (também conhecido como castelo das Setes Damas), localizado na região do rio Loire, a sul de Chambord, foram dos que mais me impressionaram, pela sua imensa beleza, tranquilidade e perfeita sintonia entre natureza e arquitetura. Depois de regressar a Portugal descobri que, desde sempre, o Castelo dedicou uma atenção especial à manutenção e à beleza dos seus jardins, de tal forma que a troca das decorações florais dos jardins na primavera e no verão necessita de cerca de 130.000 plantas criadas na propriedade para serem plantadas. Esperto ter oportunidade de regressar.

Perdido nos seus pensamentos, fumava distraidamente enquanto via desfilar diante dos seus olhos um frenesim de turistas deslumbrados com a beleza dos arrozais. Viu Bali transformar-se ao longo dos anos, um paraíso plantado ao largo do Oceano Índico de 3.8 milhões de habitantes que Deus abençoou mas que o Homem começa a maltratar.

Uma cidade que se destaca por ser um museu a céu aberto, onde tudo tende a agradar: não só o clima, como a arte, como também os próprios habitantes locais, que sobressaem pela sua simpatia e acolhimento. Uma experiência que espero repetir.