São 7100 as ilhas que formam o arquipélago das Filipinas. E arriscamos dizer que cada uma delas encerra uma surpresa. Seja ela paisagística, gastronómica, social, histórica ou aspiracional. Se um viajante tivesse a possibilidade de passar 24 horas em cada uma delas, precisaria de praticamente 20 anos da sua vida para as conhecer. Como a tarefa é quase impossível, fica a sugestão de fazer as malas e começar já. Sem demora. Manila, a capital, é uma cidade caótica. Com as cidades que compõem a sua área metropolitana chega aos 24 milhões de habitantes e o trânsito é a principal crítica apontada.

De resto, é uma combinação de património histórico de herança espanhola com novos edifícios que são a imagem do crescimento asiático. Makati, uma das cidades-satélite é o melhor exemplo do progresso: hotéis de luxo, arranha-céus, ruas limpas, avenidas amplas, homens e mulheres de negócio a circular. Do outro lado da amostra estão os bairros de lata e uma densidade populacional de cerca de 42 mil pessoas por quilómetro quadrado, uma das mais elevadas do planeta.

Para fugir a estes cenários, só há que apanhar um avião e partir à descoberta. Boracay é considerada a Cancun asiática – uma linha de areia branca com sete quilómetros recheada de resorts, restaurantes e bares abertos até de manhã onde nunca faltam diversões mais e menos católicas num país com cem milhões de pessoas, na sua maioria bastante devotas. A White Beach é quase sempre escolhida pelos especialistas na matéria. A revista ‘Travel + Leisure’, em 2012, elegeu a ilha como a melhor do planeta. Outra proposta é a segunda maior cidade das Filipinas, Cebu. Foi aqui que Fernão de Magalhães interrompeu definitivamente a sua viagem de circum-navegação. Foi morto por Lapu Lapu, líder tribal da região. O monumento que homenageia o navegador português ao serviço de Espanha está lá, à espera de uma visita, em Mactan. E também nesta ilha é possível encontrar outras diversões, como por exemplo nadar com tubarões-baleia. A experiência é inesquecível.

Chegar à ilha privada de Pamalican é um momento alto na viagem. Trata-se de um resort ao alcance de poucas bolsas, mas há muito mais nas Filipinas.

Continuando a saltar de ilha em ilha, deixamos apenas mais duas opções. Uma acessível a muito poucos, outra que caminha a passos largos para deixar de ser um segredo. A primeira é Pamalican, a ilha resort do grupo Aman Resorts. Fica a uma hora de voo de Manila em avião privado e tem tudo o que se possa desejar. Maria Carey ou Robert de Niro já passaram por estas villas exclusivas do resort Amanpulo, com direito a mordomo particular disponível 24 horas por dia. Jantares no areal, champanhe na varanda, massagens, passeios de barco, mergulho, tudo é possível a partir de cerca de 1000 euros por noite.

Num registo bastante mais económico e espetacular em termos de paisagem, chega-se a Palawan. A capital da ilha, Puerto Princesa, é um bom ponto de paragem para provar a excelente gastronomia filipina. É uma combinação de pratos asiáticos com europeus que pode passar por deliciosas sopas de peixe, leitão assado e marisco grelhado a preços convidativos. Daí, todos os caminhos vão dar a El Nido, provavelmente um dos locais mais bonitos do mundo. Fica no Norte de Palawan e está rodeada por mais meia centena de pequenas ilhas visitáveis a qualquer momento com a ajuda dos pescadores e operadores turísticos locais. Faltam palavras para descrever a generosidade da natureza com as Filipinas. Só mesmo lá indo. E trazendo novas descobertas para contar.


Moeda: peso filipino (0,01 euros)
Fuso horário: GMT +8 horas
Idioma: Ingles e Tagalog, apesar de existirem entre 125 e 170 idiomas no arquipélago.

Curiosidades
As Filipinas foram território espanhol de 1521 a 1898, tendo depois disso passado a fazer parte dos EUA. Só em 1946 o arquipélago alcançou a independência.

A não perder
Rio subterrâneo de Puerto Princesa: oito quilómetros de extensão e Património da Humanidade pela UNESCO. A viagem por este curso de água impressionante não aconselhável a claustrofóbicos. El Nido: pequena enseada cada vez mais procurada pelos turistas devido à impressionante beleza natural. Aproveite os passeios de barco para snorkelling e para se maravilhar com a paisagem. Socalcos de Banaue: cultivar arroz na encosta das montanhas é prática comum há mais de dois mil anos no território que hoje conhecemos como Filipinas. Estão a 1500 metros de altitude e são irrigados pela água que vem das florestas tropicais

Evento
O festival Sinulog ou do Santo Niño é o maior acontecimento de Cebu. Realiza-se no terceiro domingo de janeiro e junta milhões de pessoas nas ruas da cidade, bem perto da famosa Cruz de Magalhães.

Texto de Ricardo Santos - Fotografias de Reinaldo Rodrigues/GI e Ricardo Santos
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