O que é um terramoto, como aqueles que fizeram tremer o Nepal a 25 de abril – 7,8 na escala de Richter, em Gorkha – ou a 12 de maio de 2015 – 7,3, em Dolakha? Ora, um terramoto são “fantásticos monstros de dentes afiados que batiam furiosos com os pés debaixo da terra”. Não se percebe, pois, “porque não colam essas placas” a que “os mais velhos” chamam tectónicas. “Depois de coladas já não mexem, acabariam os sismos.” São crianças que falam. A sugestão é da mais pequena entre elas, aquela “de olhar arregalado”, recordam Ana Catarina Silva e Carlos Brum Melo.
A fotografia dos miúdos é dele e o texto que conta a história destes Caçadores de soluções, é dela. Agora estão numa parede do Instituto Camões, em Lisboa. Aquelas crianças estão, portanto, ao lado da mulher que endoideceu com o terramoto, e a quem todos passaram a chamar A Louca. Ou daquela que, enquanto procurava equilibrar-se ao tremer da terra, recordou como gostava de ter sido bailarina. Aquelas crianças estão ao pé dos escombros e seus sobreviventes, de uma mulher que passa por uma parede onde se lê: The Creative Life.
E a frase ficou. Nepal, a vida criativa é o nome da exposição de um jurista e de uma psicóloga que tiram férias para fazer viagens como esta, que durou cerca de um mês e atravessou o Nepal entre agosto e setembro, meses depois da maior catástrofe que o país conheceu desde 1934. Carlos tem 30 anos e trabalha no Tribunal de Contas da Secção Regional dos Açores, de onde é natural. Ana Catarina, 31 anos, é natural de Aveiro, e exerce funções na Equipa Multidisciplinar de Assessoria Técnica aos Tribunais em Ponta Delgada. Em abril, viram ser cancelada a viagem que tinham marcada para o dia em que aconteceria o segundo terramoto.
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