Nos últimos 20 anos, as companhias aéreas tentaram várias formas de atrair os consumidores das agências de viagens online – as Online Travel Agencies (OTA) – para os seus próprios sites.

Aliás, muitas delas não permitem que as suas tarifas dos voos apareçam nos sites e aplicações de busca de viagens. Por exemplo, a Southwest impediu que os sites de terceiros vendessem os seus voos – é por isso mesmo que nunca verá a Southwest no Google Flights ou na Priceline. A Delta Air Lines retirou, nos últimos, a permissão para exibir os preços praticados pela companhia em cerca de 30 sites e aplicações, como Hipmunk, Fare Compare e Hopper.

Mais recentemente, a JetBlue proibiu a venda das suas tarifas numa dúzia de pequenas agências de viagem online.

Outras estratégias incluem a oferta de milhas e de pontos aos viajantes mais frequentes se reservarem as viagens diretamente com a companhia aérea, a oferta de códigos promocionais que só podem ser utilizados nos sites das companhias aéreas e descontos em voos.

Quem está por dentro da matéria afirmou ao site do USA Today que possivelmente a Delta pode acrescentar OTA de maior dimensão à sua «lista proibida», e que a JetBlue, quando anunciou a proibição do acesso aos 12 sites, sugeriu que esta limitação talvez não ficasse por ali.

Há vários motivos pelos quais as companhias aéreas estão a separar-se dos sites de terceiros, mas ainda há boas razões pelas quais os consumidores devem considerar as OTA.

George Hobica, colaborador do USA Today, conta que recentemente procurou um voo de Nova Iorque para Detroit no Expedia.com e comparou os mesmos voos nas mesmas datas no site Jetblue.com: partida a 23 de janeiro e regresso a 30 de janeiro. As duas experiências dificilmente poderiam ser mais diferentes. A JetBlue mostra três classes de passagens aéreas: «Azul», «Azul Plus», que inclui uma mala de viagem de porão gratuita, e «Blue Flex», que inclui duas malas de porão gratuitas e mudanças ou cancelamentos gratuitos. A tarifa mais baixa – «Blue» – para essas datas era 191.62 dólares para voos de ida e volta, por pessoa, no JetBlue.com.

No site da Expedia, aparecia apenas a tarifa mais barata da JetBlue, a «Blue» – o que significa que a companhia aérea perde a oportunidade de atrair os consumidores para outras opções de tarifas. A JetBlue também perde qualquer possibilidade de operar com os cartões de crédito, férias e outros produtos se o consumidor não reservar diretamente em Jetblue.com. Além disso, a companhia aérea provavelmente tem de pagar à Expedia por uma referência. Embora continue um segredo bem guardado o valor que as OTA cobram às companhias aéreas e hotéis por venderem os seus negócios.

De qualquer forma, o Expedia apresentou outras propostas a George Hobica. Na verdade, não sugeriu que viajasse na JetBlue. Em vez disso, apresentou uma viagem económica básica sem escalas na American Airlines (o que significa que teria de pagar pela mala de porão) no voo de ida, e uma viagem básica da Delta Airlines no voo de regresso. Além disso, sugeriu ainda que, se reservasse uma estada de uma semana no Comfort Inn Metro Airport, juntamente com a viagem aérea, a tarifa aérea seria gratuita – ou quase gratuita.

No site do Comfort, essa estada de uma semana custaria 770 dólares. Mas o Expedia vendia uma viagem aérea de ida e volta, o mesmo tipo de quarto, as mesmas datas, o mesmo hotel por 778 dólares. Então, a viagem de avião custaria apenas oito dólares.

Esta é uma clara vantagem que as OTA oferecem e a razão pela qual ainda não saíram do mercado, apesar das várias tentativas por parte das companhias aéreas – neste caso concreto, não só a Expedia permitiu poupar dinheiro, como sugeriu que combinasse duas companhias aéreas, oferecendo ainda voos gratuitos.


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