A Síria foi, em tempos, um destino de férias surpreendente e apaixonante. Hoje, os edifícios estão em ruínas, milhões de pessoas fugiram das suas casas e mesmo os locais históricos foram destruídos, tanto por bombardeamentos militares, como pela mão do Estado Islâmico.
Damasco já não é o que era, Alepo desmoronou-se, o património histórico desapareceu, milhares de vidas perderam-se ao longo dos quase sete anos de guerra – que se arrastam sem fim à vista.
Ainda assim, as autoridades sírias esperam que os visitantes estrangeiros já sejam capazes de olhar para lá da devastação: numa feira internacional de turismo, em Espanha, que decorreu no passado sábado, 20 de janeiro, voltaram a promover o país.
Os funcionários do Ministério Sírio do Turismo afirmam que a nação está a passar por um nível mínimo de estabilidade – o governo recuperou o controlo de grande parte do território, perdido nos últimos anos para os rebeldes.
Antes do início do conflito, em 2011, a Síria era berço de uma série de marcos turísticos, desde a cidadela de Aleppo às ruínas romanas da Palmyra, e o setor do turismo era uma parte importante da sua economia. Muitos desses lugares foram, no entanto, danificados ou destruídos pela guerra. A insegurança generalizada durante o conflito levou a que a maioria dos governos tenham aconselhado os seus cidadãos a não viajarem para a Síria.
Mas o país tenta mudar a situação, começando por marcar presença na Fitur, em Madrid, na esperança de atrair visitantes de volta à Síria.
«Este ano é o momento certo para reconstruir a Síria e a nossa economia», disse Bassam Barsik, diretor de marketing do Ministério Sírio do Turismo, à agência de notícias France-Presse.
Bassam Barsik afirmou que 1,3 milhões de visitantes estrangeiros viajaram para a Síria em 2017, embora esse número inclua aqueles que chegaram do vizinho Líbano para uma visita de apenas um dia. As autoridades esperam aumentar o número de visitantes para dois milhões em 2018.
A Volta ao Mundo publicou uma reportagem na Síria em 2005. É uma oportunidade para recordar ou descobrir como este foi já um dos países mais surpreendentes.