Este foi o mote para uma viagem que começou numa Banguecoque efeverscente, passou pela desconhecida e calma Koh Samed e terminou na exclusiva Koh Kood, num resort inspirado no universo de Robinson Crusoe. Uma experiência que prova que ter tempo para saborear um caril verde, fazer uma massagem com cheiro a erva-príncipe ou boiar numa praia pode ser a ideia de paraíso para quem leva uma vida agitada.
Texto de Catarina Carvalho
1. Acordar
Banguecoque é uma cidade à prova de jet lag. Aterra-se de olhos fechados com o corpo a dizer que ainda é noite, de olhos cansados se percorre o interminável aeroporto, o controlo de passaportes – onde, nas filas, as peles pálidas foram substituídas pelos vários tons asiáticos, do cacau à azeitona, canela –, as bagagens, a alfândega… e entra-se na cidade de olhos esbugalhados. Não pode ser de outra maneira.
São seis da manhã e o sol começa a dissipar a bruma – smog, mais que nuvens – que ainda esconde os prédios mais altos da capital da Tailândia. Altos mesmo. O Mahanakhon, que se vê de todo o lado, tem buracos entre os pisos e parece inacabado, 314 metros de altura e 77 andares. O trânsito acumula-se nas ruas mal adaptadas a tanto crescimento. Trabalhadores das obras de panos a cobrir a boca e chapéus, nas traseiras de carrinhas de caixa aberta, gente de fato esconde-se atrás de vidros foscos de limusinas de marcas japonesas e coreanas, autocarros gritam letras tailandesas, desenhadas com doces bolinhas nas pontas, camiões travam com ruído forte, tão coloridos como os táxis, rosa-choque, platinados ou azul-forte, que, nas autoestradas, devem ver-se do céu.
É o frenesim de uma cidade asiática no século XXI. Pessoas, muitas – e esta é apenas a 24ª cidade mais populosa do mundo, com oito milhões de habitantes. E verde, verde a intrometer-se em todas as cenas, como se uma floresta tropical de frangipanis, vários tipos de palmeiras e figueiras orientais estivesse sempre à beira de tomar conta de tudo. A humidade amansa o calor: estão 34 graus, mas respira-se bem.
Ninguém chega virgem a Banguecoque. Até o próprio nome soa a músicas e livros, e isso também acontece porque é simplesmente lindo, de dizer e ouvir. É como Tailândia. Soa a terra de qualquer coisa que nos apetece muito. A citronela – erva-príncipe para os puristas – e caril. Massagens e ioga. A ilhas que se chamam koh qualquer coisa, e estão perto da ideia que fazemos de paraíso. E sorrisos, que, apesar de serem omnipresentes, nunca parecem falsos.
2. Sorrir
Tanto já se disse sobre o sorriso tailandês e aqui está Olga, que nos esperou no aeroporto e será guia nesta viagem, a demonstrá-lo. Um sorriso sedutor sem ser subserviente, normalmente acompanhado do wai, esse cumprimento quase iogui de subir os cotovelos, juntar os dedos em frente do nariz e inclinar ligeiramente o pescoço.
Charmoso e eficiente – apreendido em anos de diplomacia que fizeram que a Tailândia nunca tivesse estado sob ocupação estrangeira, acolhendo muitas raças, origens e religiões, comerciando com estes e aqueles. É uma das mais antigas monarquias do mundo. Reino do Sião, outro nome mítico, era o que os portugueses lhe chamavam em 1511, quando aqui chegaram, numa das mais antigas relações de sinergia do nosso império.
A adoração ao rei, neste momento Bhumibol Adulyadej, é estranha para qualquer ocidental cínico: no avião, alguns tripulantes da Thai tinham pins com a cara do rei na lapela, e é praticamente obrigatório ter uma foto do rei em casa ou nas lojas. O seu nome quer dizer Força do Incomparável Poder na Terra, é o mais antigo monarca do mundo. Olga fala dele com ternura que dissipa dúvidas. Ao passarmos pelo palácio real, ela mostra que ali é a quinta onde o rei faz agricultura. Vacas no meio da cidade. É um cidadão do mundo, nascido nos EUA, estudado em Lausanne e Paris, e que ajudou na transição para uma moderna monarquia constitucional – e tem sido um guardião de valores na tantas vezes difícil política tailandesa.
Olga deixa-nos no hotel por um par de horas, para um banho e um reset ao outfit, para o mood cidade-nova-para-explorar-em-pouco-tempo. Esta é uma visita de toca-e-foge a Banguecoque, ficaremos apenas dois dias e seguiremos para duas ilhas que o turismo tailandês quer mostrar ao mundo, por ainda serem segredos bem guardado. O Okura, onde ficamos, é um hotel japonês em Banguecoque, a cidade com mais de trezentos.
Aqui há hotéis marcantes, como o Mandarin Oriental, junto ao rio, ou os famosos Península, Siam, Shangri-la, Banyan Tree…. É o luxo asiático no seu esplendor com as cadeias a digladiarem-se nas comodidades e tamanho dos quartos, na hospitalidade e sobretudo nos átrios – pelo pé-direito ou colunas mais altas, decoração mais impressionante, arranjos florais mais imaginativos. É possível fazer turismo de lóbis de hotéis em Banguecoque.
O Okura tem o melhor de dois mundos: espaço e tranquilidade, gosto simples e sofisticação. O check-in é feito no 24º andar, logo abaixo da piscina, infinita, numa varanda suspensa que se vê, protuberante como uma barriga, da rua. Tem sushi ao pequeno-almoço, no restaurante Amazato, origamis a receber-nos em cima da cama, quimonos para dormir, um painel de instrumentos que comanda tudo, do ar condicionado às cortinas cegas para quem quer fechar a vista de 180 graus sobre a cidade cheia de luz de noite e de dia. E tem também, não fosse um hotel japonês, uma sanita inteligente, com esguichos e secadores, controlados em pressão e temperatura. O tampo é também aquecido, tudo para deixar qualquer oshiri perfeito.
3. Comer
Qualquer bairro é bom para começar a explorar a cidade, sem preconceitos, e sobretudo quando o tempo é escasso. Como diz o jornalista Lawrence Osborne, que viveu aqui vários anos: «Banguecoque é muito vasta e secreta para se submeter a generalizações.» Sai-se do Okura para Wireless Road, um nome irónico nesta cidade onde os postes quase sucubem com o peso de anos e anos de cablagens que foram sendo substituídas por outras, e as outras nunca foram desmontadas. Fica em Pathum Wan, perto de Siam Square, zona moderna onde estão as embaixadas, os hotéis, por onde passa o Sky Train, o metro que é salvação para o trânsito caótico, e… os centros comerciais.
O Central World, o Siam Paradan ou o Mah Boon Krong (MBK) valem uma visita. São a versão contemporânea dos mercados tradicionais, causa e consequência do estilo de vida neo-oriental, e devem por isso ser percorridos com espírito antropológico. Os tailandeses passeiam-se apreciando tanto o ar condicionado como a mercadoria. Em frente ao hotel ergue-se o Central Embassy, o mais recente centro comercial da zona, num dos edifícios mais bonitos de Banguecoque, com trezentas mil placas de alumínio curvando-se pelas paredes acima, lembrando um templo budista e refletindo a luz como um pedaço de seda.
O Central World é também conhecido pelo food court Eathai, na cave, ótima maneira de experimentar a famosa street food tailandesa, com todo o sabor e nenhuma das questões de higiene que se poderiam levantar aos recém-chegados se a comessem nas vielas da cidade. Há um tom nórdico, madeiras claras e verdes, mas os pequenos balcões imitam as banquinhas e os carrinhos de rua, e a comida é feita ao momento. O sorriso dos cozinheiros é sádico: qualquer escolha traz uma sensação de perda, a de não provarmos todas as outras centenas de opções.
Os pratos têm nomes em tailandês e descrições em inglês. Há comida emblemática como a salada de papaia verde, som tam, ou a sopa khao soi, do Norte, com caldo de coco, massa de ovo e galinha ou camarão, vários tipos de caril, do verde ao massman, um simples arroz frito ou um pad thai para quem não gosta de arriscar muito. O picante é à escala local, ou seja, há que ter cuidado para não ficar a arder, mesmo quando a resposta à pergunta «spicy?» é um abanar perentório da cabeça. Na variedade de sobremesas distingue-se o papel dos ovos, herança dos doces conventuais portugueses. Há arroz glutinoso, coco e frutos coloridos como pitaias, mangustões, rambutões ou maracujás amarelos.
A comida é a espinha dorsal de Banguecoque. Está por todo o lado, das ruas aos restaurantes de luxo. Enche a vida e as conversas das pessoas, as histórias dos jornais e os programas de TV. A cidade é farol gastronómico na Ásia, lugar de experimentação e poiso certo de chefs internacionais. O Atelier de Joël Robuchon está no Shangri-la, o espanhol Eneko Atxa também está na cidade. Nos próximos tempos vão abrir restaurantes de Jamie Oliver, Masaharu Morimoto e Daniel Theiger.
O chef tailandês mais prolixo é Ian Kittichai e bastavam os sabores da perna de borrego com caril mussuman que serve no seu restaurante baluarte, o Issaya, para se perceber porquê. No molho em que um pedaço crocante de carne está mergulhada há cardamomo, canela, anis, cominhos, noz-moscada, pimenta, entre mais de vinte ingredientes, e a marca tailandesa: citronela ou erva-príncipe. «Nunca ficamos aborrecidos quando comemos comida da Tailândia porque há sempre ingredientes que nos surpreendem, especialmente as ervas», explicava o chef, numa entrevista à Reuters. «A cozinha tailandesa é refrescante e saborosa.» Isso prova-se no Issaya Siamese Club, no duplo sentido da expressão.
O Issaya, que quer dizer época das chuvas, é um dos onze restaurantes que o chef tem no mundo (entre eles um em Barcelona). Fica numa casa colonial de dois andares – tanto quanto colonial, aqui, no Oriente, soa a vintage e cheio de estilo e não tem conotação negativa. Verde-água, roxo, amarelo-escuro, encarnado… as cores fortes da decoração combinam como as misturas de sabores fortes. Os pratos são uma homenagem à tradição tailandesa da comida de rua, minuciosa no preparar, rápida no fazer: o chef aprendeu a cozinhar com a mãe, aos 13 anos, num bairro popular da cidade, onde os fornos e fogões eram comuns. Apetece ficar aqui, encostado num dos sofás, ouvindo o som dos pássaros no pequeno jardim, apreciando a brisa da ventoinha do teto e das janelas de portadas em ripinhas, bebericando um mojito de coentros.
4. Boiar
Em qualquer viagem à Tailândia – mesmo a primeira – sente-se o despertar dos sentidos. Acontece nos climas quentes. A humidade torna a pele mais alerta. O picante, as ervas e as especiarias fazem o mesmo ao palato. Os olhos são fustigados pelas cores que, mesmo nos templos budistas, são estridentes, vão dos dourados ao rosa, vermelho, amarelo…. As ruas são ruidosas, com tuk-tuks disputando a estrada a camiões e motorizadas. «Banguecoque», descreve Lawrence Osborne no livro Bangkok Days, «é tátil, humanos pressionando outros no calor que cura: a massagem, o banho, a terapia dos pés. (…) O isolamento físico e a esterilidade da vida ocidental, o enfado físico, aqui é inimaginável.»
Com os sentidos alerta, estamos agora preparados para o que nos propõem as principais atrações turísticas tailandesas: as ilhas, ou, como aqui se chamam, kho. Versões modernas do paraíso, com mordomias inventadas e belezas naturais. É assim a areia branca e tão fina de Kho Samed, primeiro poiso proposto nesta viagem do Turismo da Tailândia. A areia é tão fina e brilhante que é quase transparente – é feita de sílica e coral e dá nome a vários hotéis da pequena ilha de seis quilómetros de comprimento e 2,9 de largura, em forma de América do Sul. O hotel Paradee, que nos está destinado, fica na ponta de baixo.
A praia do hotel é tecnicamente pública, a ilha é parque natural e até 1981 não eram permitidas construções. Mas está só para nós, nesta época das chuvas que aqui, no arquipélago mais seco, são raras e normalmente noturnas, acompanhadas de tempestades. Pés, pernas, braços, todos os músculos se distendem na água quente do golfo da Tailândia. Apetece ficar infinitamente a boiar num mar turquesa-claro, sem ondas. A praia está virada a oriente e protegida tanto das correntes como das chuvas mais fortes – e céu cinzento só ajuda a tornar o calor mais suave.
Uma bênção nos dias agitados de quem não costuma ter tempo para nada e aqui não tem mais preocupações do que a hora a que marcou a massagem no spa. Uma massagem tailandesa, técnica local que combina alongamentos musculares com pressão forte – temos de escolher o grau, e as massagistas estão sempre a perguntar no seu inglês doce: «Escue, me, is ok?» Nunca esteve melhor, como se a energia fluísse e atingíssemos aquilo que o cardápio prometia como a «mente em calmo alerta».
O Paradee tem apenas quarenta villas, há alguns turistas, poucos, mais locais e orientais – chineses, japoneses, indianos –, que esta ilha está ainda fora dos radares dos circuitos. Assim ficou por ser um parque natural onde não era possível construir hotéis de cimento, e também por estar a 200 quilómetros apenas da capital. Koh Samed era conhecida dos jovens universitários, em viagens de iniciação de mochila às costas. Olga, a nossa guia, conta que passou aqui um fim de semana de aventura, num bungalow sem luz.
Agora, Koh Samed está a entrar no espírito, mas, por ter chegado atrasada, teve a vantagem de aprender com os erros cometidos noutras ilhas, agora sobrelotadas. «O governo está a prestar mais atenção às construções, destrói o que não cumpre as regras», explica Pornthep Hantrakarnaponh, o diretor do Paradee. No seu cantinho, ele faz o que pode por manter o cuidado com os pormenores que dão ao Paradee o estatuto de hotel de luxo, um luxo moderno, sóbrio e atento.
Tudo começa ainda no cais, em Rayong: dão-nos uma folha onde temos de escolher o cheiro que queremos na villa que vamos ocupar – jasmim, lavanda, laranja-doce, narciso, erva-príncipe – e o tipo de sabonete, de entre doze – carvão com bambu, amêndoa, mel e açafrão, manga e arroz, chocolate… Depois, na praia, somos recebidos à saída do speed boat por uma equipa impecável e sorridente: um dá-nos um toalhete refrescante, outra ajuda-nos a descer, o outro carrega as malas para o carrinho de golfe, num hábito local que nos faz imediatamente sentir no centro das atenções.
Na villa, espera-nos o cheiro certo. Isso e os pés nus na tijoleira fria, o som, na aparelhagem, suave, de Jack Johnson, ilhéu de outros oceanos… Invade-nos uma certa forma de felicidade. Paradee quer dizer 6º Céu – uma divisão que, tal como a Tailândia, é bastante ecuménica e existe no hinduísmo, no budismo e no catolicismo. Deve ser isto o paraíso.
O diretor do hotel anda de um lado para o outro, franzino e rápido. «Quanto mais rápido andamos mais novos parecemos», diz, sorridente. «Quero saber tudo dos hóspedes. Os seus nomes. Se foram mordidos por um mosquito. Temos de tomar conta dos clientes, tudo tem de estar perfeito, os tailandeses têm a hospitalidade no sangue, os europeus não querem saber dos outros.»
Pornthep sabe. Aprendeu nos EUA, quando estudava Belas-Artes, continuou no Mandarin Oriental, em Banguecoque, e chegou há dois anos à ilha também para ajudar a mudar a face do turismo por aqui. Num jeito personalizado de acentuar isso, desenha os hóspedes a carvão. «Deixo-lhes o retrato no quarto no dia da saída», conta, com um sorriso envergonhado. À saída, no nosso quarto, havia um frasco de essência de citronela – vício recente e que vai deixar a Tailândia na nossa pele por muito tempo – e uma carta com a letra desenhada de Pornthep. «Espero que a vossa estada rápida esteja cheia de memórias que vos farão voltar a nós outra vez.»
5. Descansar
E se o luxo fosse uma casa de banho ao ar livre, toda mesmo, numa varanda de madeira a dar para a floresta tropical? O biólogo holandês Martijn van Berlo pisca o olho e confidencia que, por causa da proximidade com a natureza, alguns hóspedes já saíram do hotel Soneva Kiri na ilha de Koh Kood, logo depois da primeira noite… «Não aguentam», diz. Parece plausível – citadinos como os que tipicamente têm dinheiro para pagar hotéis destes não estão habituadas a cruzar-se com uma cobra no caminho para casa. Mesmo que uma cobra inofensiva – garante o biólogo que não há animais perigosos na ilha: «Os macacos, poucos, que restam, fogem das pessoas porque têm medo.» Mas seria bastante estúpido largar assim este lugar a que acabámos de chegar, o segundo poiso da viagem organizada pelo Turismo da Tailândia. Koh Kood está sempre nas listas dos segredos das ilhas tailandesas. Fica longe da capital, na província de Amp, explica que aqui estes mordomos são chamados precisamente Mr. ou Mrs. Friday porque o fundador deste hotel (e da cadeia Six Senses), o anglo-indiano Sonu Shivdasani, tem no romance de Daniel Defoe, Robinson Crusoe, uma das suas principais inspirações.
Vê-se pouca gente entre as villas – conjuntos de casas de madeira com todos os confortos –, todas viradas para o mar e sem vista umas para as outras. Nos caminhos cruzamo-nos com buggies esporádicos de outros hóspedes. Às refeições estamos a uma distância razoável, na sala feita de vários níveis de plataformas de madeira, aberta para a ilha em frente. E há mordomias que convidam à reclusão: a nossa pequena aldeia privativa, com três villas, uma sala de jogos e um ginásio, tem duas piscinas – uma delas com um escorrega privativo do quarto de cima, várias daybeds e espreguiçadeiras… Tudo o que precisemos basta pedir à nossa assistente pessoal, que aparece para perguntar se está tudo bem ou para mandar buscar um livro que deixámos na praia. Se quisermos nem saímos daqui. E a tentação é grande. Mas isso seria perder as praias turquesa que se fazem invejar no Instagram.
Há um spa Six Senses à nossa espera, aulas de yoga e pilates, meditação. E o pequeno-almoço, feito para o mais esquisito dos estômagos new age – com águas e leites variados, cereais integrais e frutos coloridos, muitos shots de erva – ou para o mais guloso – com panquecas e ovos benedict feitos ao momento, além dos vários dumplings e noodles. Tudo coisas capazes de transformar qualquer pessoa num ser diferente. Ou alguém que alegava não gostar do estilo de vida de resort numa princesa das mordomias.
A jornalista viajou a convite da Autoridade de Turismo da Tailândia com o apoio de Destination Asia.
Um convite, uma viagem, uma experiência
Esta viagem à Tailândia começou com um convite do Turismo tailandês. Abrindo uma pequena exceção à ideia de que o jornalista não é notícia – e muito menos reportagem – conto aqui que o repto foi lançado por Maria do Rosário Louro, a representante do turismo tailandês em Portugal. O isco foi precisamente que era uma viagem de experiência, e uma experiência de luxo, o que, na vida – na minha e na de 90% dos leitores – de hoje em dia pouco mais significa do que ter tempo. Parece pedante, mas o objetivo era exatamente que a jornalista fosse ela própria nesta viagem – seria um corte na vida atribulada e stressante para experimentar coisas novas. Como, simplesmente, relaxar numa praia. A jornalista está consciente do privilégio que é ser jornalista e poder ter experiências destas, que tantas vezes provocam inveja nos amigos e desdém nos desconhecidos. Também por isso este trabalho é uma paixão. Esta reportagem pretende fazer sonhar, pelo menos. Na melhor das hipóteses, fazer saltar da cadeira e ir já marcar a próxima viagem.
Dicas
Moeda: 1 Euro – 38.07 Baht
Fuso horário: GMT +6 horas
Idioma: Tailandês
Quando ir: Dezembro e janeiro são os meses menos quentes e mais secos. A humidade é sempre muito elevada.
Ir
Há várias formas de chegar à Tailândia, nenhuma é direta. Na Thai, as linhas aéreas nacionais, em code-share com a TAP, tem a vantagem de recolher milhas. Além disso, a distância entre bancos das companhias orientais é sempre mais interessante.
Comer
Issata Siamese Club
(Bangecoque)
O restaurante do chef estrela Ian Kittichai. Numa casa colonial.
4 Soi Sri Aksorn, Chua Ploeng Road,
Shatorn
issaya.com
Sra Bua
(Banguecoque)
Um dos dois restaurantes do Hotel Kempinski, é o braço siamês do único restaurante tailandês que tem uma estrela Michelin, o Kiin Kiin, de Henrik de Andersen, em Copenhaga. Comida tailandesa tradicional mas em formatos e sabores cheios de imaginação, num ambiente requintado e interessante, com um lago de flores de lótus no meio. Vale a pena a visita. Menu fixo para destemidos e à carta para tradicionais.
Hotel Kempinski
kempinski.com/en/bangkok/siam-hotel/dining/restaurants/sra-bua-by-kiin/
stellet.it
Dormir
Okura Prestige
(Banguecoque)
Um hotel moderno numa das zonas mais calmas da cidade. A cadeia, japonesa,oferece um luxo discreto, um serviço impecável, e pequenos-almoços que vão do lauto, ocidental, ao tradicional japonês. A piscina, numa saliência no 17º andar, o spa e o ginásio com vista sobre a cidade são boas razões para escolher este cinco estrelas. Além das janelas a toda a largura dos quartos. Se puder, escolha um de canto – 180 graus de vista.
Park Ventures Ecoplex
57 Wireless Road, Lumpini,
Pathumwan
okura.com
Siam Kempinski
(Banguecoque)
A grande cadeia europeia tem uma espécie de resort sossegado, no meio da cidade frenética. Num bairro conveniente para as compras – fica perto de vários centros comerciais e tem acesso direto ao gandioso Siam Paragon Shopping Mall. O pátio interior do hotel, não muito alto, forma um oásis de frescura com a piscina a toda a largura do jardim e reentrâncias que dão privacidade. À piscina pode aceder-se diretamente de determinados quartos, as Cabanas, por uns degraus.
Rama 1 Roard, 991,
Pathum Wan
kempinski.com
Saint Regis
(Banguecoque)
À frente tem os centros comerciais, em Pathum Wan. Atrás tem uma pista de corridas de cavalos, e o Royak Bankok Sports Club. É para este campo que dá a piscina, alguns quartos e os bares – onde se pode tomar um chá que é uma autêntica refeição. E a garantia Starwood.
159 Rajadamri Road
stregisbangkok.com
Mandarin Oriental
(Banguecoque)
Um clássico com mais de 140 anos e muitas histórias para contar – algumas das quais decoram as paredes da sala de chá e do lóbi. Mesmo à beira do rio Chao Phraya, um cinco estrelas onde se pratica o clássico luxo oriental. Um spa que vale a pena e um conjunto de lojas interessantes.
48 Oriental Avenue
mandarioriental.com
Paradee Resort and Spa
(Koh Samed)
O melhor hotel desta ilha recôndita fica na ponta sul. São 40 villas, algumas delas agrupadas em conjuntos, com uma praia semiprivativa e acesso ao pôr do Sol. O hotel providencia transporte direto para a praia e o serviço é impecável. Spa de luxo e piscinas privativas em algumas das suites. A cadeia, local, tem mais alguns hotéis na ilha.
76 Moo 4, Tumbol Phe,
Amphur Mueng, Rayong
samedresorts.com/paradee/
Soneva Kiri
(Koh Kood)
Resort de luxo onde se chega ou de barco ou de avião – a cadeia tem um aeroporto na ilha da frente, para o efeito. Os hóspedes são recebidos por um «mordomo» que lhes ensina os cantos à casa e lhes dá a chave dos buggies que os levarão pela ilha. Tem várias experiências disponíveis – algumas incluem intervenção na comunidade local. Hotel sustentável criado pelos fundadores da cadeia Six Senses.
110 Moo 4, Kod Kood Trat
ssoneva.com/soneva-kiri