A desflorestação na Amazónia atingiu, entre 2000 e 2018, 513.016 quilómetros quadrados. Uma área equivalente ao território da Espanha.
Tal corresponde a uma redução de 8% daquela que é a maior floresta tropical do mundo em 8%.
A conclusão é de um relatório da Rede Amazónica de Informação Geográfica e Socioambiental (Raisg), um grupo de investigadores e organizações não-governamentais (ONG).
A Amazónia “está muito mais ameaçada do que há oito anos”, altura em que a mesma organização publicou um estudo semelhante.
O relatório, intitulado “Amazónia Sob Pressão”, aponta para “o avanço das atividades mineiras, projetos de infraestruturas e o ressurgimento dos incêndios florestais”.
No que diz respeito aos incêndios florestais, foi na Bolívia que, proporcionalmente, causaram os maiores danos, com 27% do território amazónico desse país devastado pelo fogo no período 2000-2018.
“Desde 2001, uma média de 169.000 quilómetros quadrados de toda a floresta amazónica tem sido queimada por ano, dos quais 26.000 quilómetros quadrados estão em áreas protegidas ou territórios indígenas”, diz o documento.
A Amazónia abrange nove países (Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa), com uma população de cerca de 47 milhões de habitantes, incluindo muitas comunidades indígenas.
Durante o período em estudo, o ano de 2003 continua a ser o pior em termos de desflorestação, com 49.240 quilómetros quadrados desmatados. O mínimo foi atingido em 2010 (17,674 quilómetros quadrados), antes de acelerar novamente a partir de 2012.
Depois a área desmatada “triplicou de 2015 para 2018, atingindo 31.269 quilómetros quadrados só em 2018”, diz o relatório.
A situação piorou desde a eleição, em 2019, do Presidente Jair Bolsonaro, que favorece a abertura das áreas protegidas e territórios indígenas à exploração mineira e agrícola.