Yanick Folly / AFP

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O turismo sustentável pode ser ator na salvação da floresta pantanosa de Hlanzoun, no sul do Benim. Altamente afetada pela extração de madeira, a região está em risco de desaparecer.

As brincadeiras gritadas do já raro macaco-de-ventre-vermelho misturam-se com o chilrear de dezenas de espécies de pássaros, o som esquivo da passagem de mangustos-dos-pântanos e de sitatungas, as antílopes anfíbias exclusivas de África, e a austera presença dos bicos-de-corno (calaus) numa sinfonia ruidosa.

São mais de 160 as espécies animais e de 240 as de plantas que a floresta (zoun na língua local) que ganhou o nome do rio que a atravessa, o Hlan, esconde nuns já curtos 3000 hectares onde não existe o silêncio e se pode apenas chegar de canoa.

E estão em risco de desaparecer. Vincent Rometa, um ornitologista e fotógrafo francês, garantiu à AFP que a vida natural está a diminuir a olhos vistos naquela que é uma das últimas florestas pantanosas.

A caça furtiva é uma das grandes responsáveis pelo atentado ecológico a que ali se assiste. Por vezes, o concerto da floresta é interrompido abruptamente por tiros.

As comunidades que vivem ao redor da florestas “precisam de dinheiro, pelo que quem sabe atirar vai lá matar animais”, explica Roger Hounkanrin, um guia turístico local.

Com 40% da população do Benim a viver abaixo do limiar da pobreza, é fácil de compreender. À margem da estrada que acompanha o limite da floresta, há lagartos, crocodilos e cobras à venda. Às vezes, há também macacos.

Mas a maior agressão é a da desflorestação. Calcula-se que entre 2005 e 2015 o Benim tenha perdido mais de 20% da sua área de floresta. E o crime continua a uma taxa de 2,2% por ano.

As árvores fornecem não só lenha para as fogueiras, como vinho de palma (sodabi) para consumo local.

A prevalência crescente das queimadas é outra das preocupações dos ambientalistas.

A destruição do habitat reduz as áreas onde os animais podem viver, forçando-os para zonas povoadas à procura de comida e expondo-os aos caçadores.

“É uma região pobre, não podemos culpabilizar as pessoas por quererem alimentar-se”, admite o economista agrícola local Judicael Alladatin. Cabe às autoridades criar condições para fontes de rendimento alternativas, diz. Porque a área “está a desaparecer”.

E ao Govermo “agir rapidamente”, acrescenta Josea Dossou Bodjrenou, diretor da organização não governamental Nature Tropicale. Trata-se de “apoiar as comunidades florestais para que possam continuar a fazer receitas… mas de forma diferente”: desenvolvendo a agricultura, o comércio e o turismo sustentável.

O Estado reconhecer o estatuto da floresta de Hlanzoun pode ser um bom início, sugerem os ambientalistas.

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