Mês de setembro foi dos mais tranquilos de sempre na imensa Amazónia (Foto: Pixabay)

O número de incêndios na Amazónia brasileira diminuiu, durante o mês de setembro, para o nível mais baixo para esse mês em duas décadas.

O dado foi avançado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Setembro é historicamente o pior mês no Brasil para incêndios florestais e, embora os dados sejam positivos, especialistas ambientais questionam se a tendência será confirmada nos próximos meses, tendo em conta as ações do Governo do Presidente da República, Jair Bolsonaro.

Desde que assumiu o poder, em janeiro de 2019, Bolsonaro, encorajou a exploração da Amazónia e rejeitou as reclamações globais sobre a destruição global, as quais classificou como uma conspiração para conter o agronegócio do país.

O seu Governo também desmantelou os órgãos de fiscalização ambiental e apoiou medidas legislativas para enfraquecer a proteção florestal.

Mais recentemente, Bolsonaro tem procurado demonstrar um maior compromisso ambiental face às críticas do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e de investidores institucionais.

Nas Nações Unidas, no mês passado, Jair Bolsonaro atribuiu aos esforços da sua administração a queda dos alertas de desflorestação na Amazónia em agosto.

Os ambientalistas descartam que Bolsonaro tenha efetivamente mudado a sua retórica e dizem que o envio de militares para a Amazónia é ineficaz para a preservação florestal.

Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, rede de organizações ambientais sem fins lucrativos, celebrou os dados de incêndios de setembro, mas afirmou que precisaria ver números mais baixos pelo menos até ao final do ano antes de declarar uma tendência de queda, principalmente devido aos níveis ainda elevados de desflorestação e a uma fraca fiscalização.

“Como a ação governamental na Amazónia é muito fraca, mesmo com essas variações, é difícil dizer que a queda nos números será mantida. Porque é que seria mantida?”, questionou Astrini.

“O Governo não está lá, não há repressão. Então, depende da vontade das pessoas que estão desflorestando, fazendo fogos”, disse.

Partilhar