Os planos para substituir o ambiente gótico da Catedral de Notre Dame, em Paris (França), por arte moderna estão a causar polémica.
Com reabertura marcada para 2024, cinco anos após um incêndio ter devastado grande parte do telhado e da torre da catedral, a ‘nova’ Notre Dame será apresentada na próxima semana.
No seu interior passarão a ser projetadas nas paredes citações da Bíblia em vários idiomas nas paredes e haverá instalações de arte no lugar dos antigos confessionários do século XIX.
As tradicionais cadeiras de palha foram substituídas por bancos mais confortáveis. E em vez de iluminação lançada dos tetos luzes mais suaves para dar uma sensação intimista às 2.400 missas e 150 concertos realizados anualmente.
Outra mudança significativa acontecerá nas entradas, que serão realizadas por uma grande porta central, ao invés dos acessos laterais.
O altar permanecerá no lugar, mas outros itens, como o tabernáculo e o batistério, foram reajustados. E a maioria dos confessionários será transferida para o primeiro andar.
A revista britânica Spectator alertou sobre uma “Disneylândia politicamente correta” que estaria cheia de “espaços emocionais” e “trilhas de descoberta” cosmopolitas. Acusação negada pelo padre Gilles Drouin, encarregado da remodelação. “A catedral sempre esteve aberta à arte desde o período contemporâneo”, garantiu à agência AFP.
A catedral de Notre-Dame data do século XII e foi amplamente adaptada no final de 1800 pelo arquiteto Viollet-le-Duc, embora tenha mantido o estilo gótico.