As ruas de Barcelona voltaram a encher-se de turistas, com milhares de visitantes a visitarem a Cidade Condal nas últimas semanas.
A ocupação hoteleira em abril para quase 85%, próximo dos níveis pré-pandemia, segundo revelou o Barcelona Hotel Guild.
“Há cada vez mais navios de cruzeiro, mais turismo, mais massificação”, disse à agência AFP Marti Cuso, professor de biologia e um dos principais ativistas contra o turismo de massa que invade Barcelona.
Depois de bater um recorde de quase 12 milhões de visitantes em 2019, as chegadas caíram 76,8% em 2020, refletindo os declínios verificados em toda a Europa.
“As pessoas recuperaram as praças, as crianças voltaram a brincar nas ruas”, lembrou Marti Cuso.
Antes da pandemia, os moradores de Barcelona identificaram o turismo como o principal problema da cidade, numa pesquisa realizada Câmara Municipal.
“Devemos mudar o modelo para conciliar os dois mundos. Não podemos ter a cidade dos turistas de um lado e a cidade dos moradores do outro”, considerou, também à AFP, Francesc Muñoz, do Observatório de Urbanização da Universidade Autónoma de Barcelona.
A ideia passa por restringir o acesso às praças mais movimentadas e regulamentar a circulação dos autocarros turísticos.
“Não estamos a pedir turismo zero. Mas temos que ter uma cidade diversificada, onde o turismo conviva com outros tipos de atividade económica”, defendeu, por sua vez, Marti Cuso.
A autarquia de Barcelona garante estar atenta ao problema. Proibiu anúncios ilegais de empresas de aluguer online como o Airbnb e também a entrada de turistas no histórico mercado La Boqueria, nas Ramblas, durante os horários de pico de compras.
“O turismo é um importante ativo económico, social e cultural para Barcelona. Temos de otimizar os benefícios e controlar os danos, é o debate que todas as cidades europeias estão a ter nesta altura”, referiu Xavier Marce, vereador do Turismo.